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ALAGOAS TEM A MAIOR TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS DO NE
Os números divulgados pelo Sebrae mostram que 28% das empresas abertas no estado fecharam após cinco anos de abertas
Por Hebert Borges | Edição do dia 26/06/2021 - Matéria atualizada em 26/06/2021 às 04h00
Alagoas é o estado do Nordeste com a maior taxa de mortalidade de empresas após cinco anos, é o que aponta uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os números mostram que 28% das empresas abertas no estado fecharam após cinco anos de abertas, mesmo percentual registrado em Sergipe. A maior taxa do Brasil foi registrada em Minas Gerais (30%). A pesquisa aponta ainda que após o primeiro ano de abertura 12% das empresas fecharam as portas em Alagoas. Esse percentual só aumenta ao longo dos anos e chega a 28% no quinto ano. O menor percentual foi registrado no Amazonas, onde 22% das empresas fecharam as portas após cinco anos. Em todo o País, a pesquisa mostrou que a maior taxa de mortalidade é verificada entre Microempreendedores Individuais (MEIs) e no setor do Comércio. Já a menor taxa de mortalidade foi verificada no grupo das Empresas de Pequeno Porte (EPP) na indústria extrativa. Entre as empresas fechadas em 2020, quase metade considera que “a pandemia foi determinante”. Verificou-se que houve maior proporção entre as que foram abertas por pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o negócio e menor conhecimento/experiência anterior no ramo. Outra característica entre as que fecharam as portas está nos que abriram por necessidade e conheciam menos aspectos relevantes do negócios. O estudo mostra também que as empresas que fecharam tiveram menos acesso ao crédito (pediram menos e conseguiram menos) e tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio/ fizeram menos esforços de capacitação. O gerente de Relacionamento Empresarial do Sebrae Alagoas, Marcos Alencar, explica que a crise econômica, resultante do cenário pandêmico mundial, é a causa principal do fechamento das empresas no Estado. “Com o aumento no volume de pessoas desempregadas, com a redução do poder de compra e aumento da inflação, os empresários têm grande dificuldade de manter sua margem de lucro em condições mínimas de sobrevivência”, elenca. Alencar pontua que esses fatores igualmente contribuem para a mortalidade das empresas. Outro fato que ele destaca é o aumento da concorrência pelo e-commerce. “Hoje praticamente tudo é vendido pela internet, o que acaba prejudicando sobremaneira as empresas que operam em ambiente analógico, no comércio tradicional”. O gerente conta que as empresas que enfrentam mais dificuldades são aquelas cujo serviço ou produto depende do contato humano. “Salões de beleza, barbearia, restaurantes e pousadas são os mais afetados”, cita Alencar. Segundo ele, o setor de serviços é o mais afetado. Contudo, ele pondera que também empresas que se mantém em modelos tradicionais de comercialização, fora do ambiente digital são afetadas. “Boa parte dos empresários brasileiros não têm o hábito do planejamento, da análise de mercado para se preparar, não têm reserva financeira ou lastro financeiro suficiente para enfrentar grandes períodos de recessão, como esse que estamos vivendo. Somando-se esses fatores, empresas de todos os portes acabam sofrendo”, analisa. De acordo com o gerente do Sebrae Alagoas, para reverter esse cenário é preciso ampliação de linhas de crédito, maior tempo de carência para a tomada de crédito e até mesmo perdão das dívidas ou suspensão de obrigações fiscais. “O governo federal e estadual, tanto quanto muitos governos municipais ofereceram condições para manter postos de trabalho abertos. Mas o tempo que a crise sanitária vem se mantendo é fator que prejudica esse benefício por tempo bem maior. Ampliando a vacinação, quando mais de 70% da população for vacinada, as pessoas tenderão a sair e a voltar a circular no comércio, nos centros comerciais, shoppings e praias, o que vai voltar a aquecer a economia”, estima. Do contrário, Marcos Alencar cita que, se as vacinas não alcançarem 70% da população antes dos períodos como verão, onde o turismo fica bem aquecido, bem como as férias de final de ano, como as festas de natal etc, esse período de crise acaba levando mais tempo para reduzir.