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JOVENS ALAGOANOS APOSTAM NO EMPREENDEDORISMO

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Com taxa de emprego na casa dos 20% em Alagoas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os jovens têm buscado cada vez mais o empreendedorismo como alternativa para se manter. Independência financeira, ser o próprio chefe e templo flexível são algumas das vantagens que têm os atraído. Pesquisa feita pela TV Globo aponta que 60% dos jovens brasileiros das classes A, B e C com até 30 anos querem ter um negócio próprio no futuro e que 24% dos jovens já são empreendedores. São pessoas como a maceioense Rayssa Omena, de 20 anos, que,mesmo com emprego formal, vende cestas de café da manhã para complementar a renda. Ela brinca que o empreendedor não tem chefe, mas em compensação executa todas as funções da empresa. Ela, por exemplo, faz as cestas, entrega, e ainda gerencia o perfil @cestasdaray_ no Instagram. A jovem conta que a ideia de empreender surgiu por identificação com a área. “Gosto de participar dos momentos das pessoas, de atender o cliente, o que ele quer, a história daquele presente. Mas também por necessidade. Apesar de sempre trabalhar com carteira assinada, sabe que não tá fácil”, diz. Rayssa conta que o começo não foi fácil. “Como eu não tinha dinheiro em caixa, só a vontade de empreender, eu pedia 50% do valor adiantado e com esses 50% eu fazia a cesta, às vezes até tirava do meu bolso, e com esse valor eu ia remanejando o meu lucro”. Ela diz que esse ano, pela primeira vez, conseguiu fazer estoque e agora está animada para as encomendas para o dia dos pais. Ela deve lançar novo catálogo esta semana e se diz animada para as encomendas. No caso de Ester Caroline, de 19 anos, que vende doces e peças em prata, ela diz que o desejo por empreender surgiu quando ainda era menor de idade. “Por ainda não ter idade para ingressar no programa jovem aprendiz, então decidi aprender a fazer sandália de miçangas com a minha avó. Depois da sandália já começamos com roupa e então aprendi a fazer trufas, com a trufa foi onde consegui comprar o que eu queria sem precisar estar pedindo a minha mãe”, relata. “Meu interesse foi por isso, para que não precisasse está pedindo dinheiro aos meus pais para comprar algo pessoal, sair com minhas amigas, e foi assim que eu cresci querendo me tornar logo independente”, diz. Ester Caroline diz que a mãe foi quem a ajudou no começo. “Para não me deixar parada, e por saber que gosto e tenho amor por empreender, onde ela entrou com o capital de giro e eu quem vendo e administro nossa loja virtual”, explica. Ela conta que a forma de se destacar e cativar o cliente tem que ser inovada. “Porque o que mais vemos hoje em dia são jovens empreendedores, e se eu não me destacar não conseguirei vender e assim tornar o meu pequeno negócio em um grande negócio”, avalia. A jovem conta que um dos pontos negativos em empreender é quando, segundo ela, as pessoas pensam que é uma competição. “Mas no mercado nós temos que fazer o nosso, dar o nosso melhor. Por ser um pequeno negócio ficamos com medo quando o cliente está demorando a vir, ficamos abalados, achando que não vamos vender, e o pensamento só fica imaginando que nosso sustento vem do que vendemos”, relata. Ester Caroline conta que já trabalhou dois anos e meio de carteira assinada, mas diz não se ver, atualmente, em um emprego formal para ganhar apenas um salário mínimo. “Se a proposta for boa, na minha área, não trocaria, mas tentaria conciliar os dois”, conta. O economista Jarpa Aramis explica que uma série de elementos devem ser considerados para explicar esse interesse dos jovens pelos empreendedorismo. Ele pontua que o cenário de dificuldade de inserção no mercado de trabalho é um destes fatores. Além disso, ela conta que o desejo é de sobrevivência na sociedade explorando ideias e desejos. Segundo Aramis, o jovem que pensa em empreender deve ter em mente que as empresas existem para atender nichos de mercado. “O produto ou serviço surge no mercado para atender uma necessidade da sociedade. Ele precisa saber que qualquer coisa que ele venha a empreender, ele precisa definir como esse modelo de negócio vai impactar ou alcançar o nicho de mercado”, conta. O economista orienta que é preciso ter conhecimento para poder empreender com segurança. Ele diz que é preciso ter noção de Recursos Humanos, conhecer a concorrência, dominar a estrutura que será adotada, marketing. “É preciso ter dedicação e ter conhecimento, absorver conhecimento. Empreender é satisfazer a necessidade de um determinado público”. Um mapeamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) ajuda a dar a dimensão de como o empreendedorismo virou uma porta de saída para quem precisa de alguma renda. No ano passado, o empreendedorismo por necessidade foi responsável por 53,9% dos negócios com até três meses de vida no país e voltou ao patamar de 2002. Na leitura anterior, feita em 2018, essa fatia era de 20,3%. “A pandemia fez com que os desempregados procurassem alguma forma de sobrevivência. Não tinha emprego, mas essas pessoas procuraram trabalho”, afirma Carlos Melles, presidente do Sebrae.

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