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Nº 5856
Economia Para 2021, a previsão é que o comércio eletrônico atinja R$ 108,4 bilhões

REABERTURA DE LOJAS FAZ COMÉRCIO ELETRÔNICO DESACELERAR NO PAÍS

As vendas do comércio eletrônico no Brasil encerraram o primeiro semestre em R$ 53,4 bilhões

Por Folhapress | Edição do dia 12/08/2021 - Matéria atualizada em 12/08/2021 às 04h00

Brasília, DF – As vendas do comércio eletrônico no Brasil encerraram o primeiro semestre em R$ 53,4 bilhões, um avanço de 31% sobre o mesmo intervalo de 2020. Apesar da alta expressiva, o número sinaliza uma desaceleração sobre o mesmo período do ano passado, quando houve uma disparada de 55% nas vendas, para R$ 40,8 bilhões. Os dados pertencem à 44ª edição do Webshoppers, relatório sobre comércio eletrônico elaborado pela consultoria Ebit | Nielsen em parceria com o Bexs Banco, especializado em câmbio e soluções de pagamentos digitais internacionais. “Essa desaceleração já era esperada, tendo em vista a diminuição do isolamento social e a retomada das operações das lojas físicas”, diz o líder de ecommerce da Ebit|Nielsen, Marcelo Osanai. Além do crescimento menor em faturamento, houve uma desaceleração no número de pedidos: alta de 7%, para 100 milhões, contra disparada de 43% no primeiro semestre de 2020, quando atingiu 93,1 milhões. O número de novos consumidores caiu: dos 7,3 milhões que começaram a fazer compras na internet no começo da pandemia, no primeiro semestre de 2020, para 6,2 milhões na primeira metade deste ano. “Mas, curiosamente, o tíquete médio destes novos consumidores no período foi de R$ 556, superior ao tíquete médio geral dos primeiros seis meses, que ficou em R$ 534”, afirma Osanai. Para o executivo, fatores macroeconômicos como alta da inflação e do desemprego podem dificultar a consolidação do comércio eletrônico no médio prazo. “Mas ainda observamos uma curva de crescimento importante, há potencial para ser explorado”, diz Osanai. “Existem ganhos de conveniência e preço no comércio eletrônico que já foram incorporados pelo público”. Para 2021, a previsão é que o comércio eletrônico atinja R$ 108,4 bilhões, uma alta de 24% sobre 2020. No ano passado, quando o ecommerce somou R$ 87,4 bilhões, a alta sobre 2019 foi de 41%. O gasto médio por consumidor entre janeiro e junho deste ano, de R$ 534, foi 22% superior ao do mesmo período do ano anterior. “Os consumidores estão comprando mais vezes ou adquirindo produtos de maior valor”, diz o executivo da Ebit | Nielsen. O celular assumiu o protagonismo nas compras pela internet: este meio digital respondeu por 53% das compras online, o equivalente a R$ 28,2 bilhões. O acesso às lojas virtuais acontece via sites de buscas (especialmente o Google), redes sociais (Instagram e Facebook), ou pelo site da varejista, nesta ordem.

Quase um terço (30%) das compras de roupas e calçados acontecem via redes sociais. Este canal também responde por 20% das compras da categoria casa e decoração. Já os sites de busca são os principais canais para compra de produtos automotivos (41%). As categorias que mais cresceram no primeiro semestre foram casa e decoração (155%), que inclui desde itens de home centers até cama, mesa e banho. “As pessoas continuam gastando com móveis de escritório para casa”, diz Osanai. Na sequência, estão pet shop (56%); esportivo (48%); lojas de departamento (37%); e alimentos (34%), que reúne lojas especializadas, como varejistas de suplementos. A categoria lojas de departamento inclui grandes varejistas como Magazine Luiza, Americanas.com, Ponto Frio e Casas Bahia, e responde sozinha por 76% do faturamento do comércio eletrônico. São os marketplaces que também reúnem pequenos e médios varejistas em um único espaço virtual. O Mercado Livre não entra no levantamento, uma vez que não compartilha suas informações, diz Osanai. Na sequência, as categorias mais significativas em faturamento são esportivo (4%), roupas e calçados (4%), autosserviço (4%, que envolve os supermercados) e casa e decoração (1%). Em relação à origem das vendas, o Sudeste concentra 63% do total. Em seguida, estão as regiões Sul (16%), Nordeste (11%), Centro-Oeste (7%) e Norte (3%).

“O Nordeste, que mais do que dobrou de participação no ano passado, apresentou um crescimento mais moderado neste primeiro semestre”, diz Osanai. A alta na região no primeiro semestre foi de 35%.

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