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PANDEMIA EMPURRA QUASE 39 MIL ALAGOANOS PARA A POBREZA EXTREMA

Números mostram que Alagoas fechou primeiro semestre deste ano com 1.190.647 pessoas nesta situação

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Um terço da população alagoana se encontra em pobreza extrema, segundo dados do IBGE
Um terço da população alagoana se encontra em pobreza extrema, segundo dados do IBGE -

A pandemia da Covid-19 empurrou 38.635 alagoanos para a pobreza extrema, segundo dados do Ministério da Cidadania. Os números mostram que Alagoas fechou o primeiro semestre deste ano com 1.190.647 pessoas nesta situação. Desde julho de 2018 que o estado não passava da marca de 1,9 milhão de miseráveis. O número corresponde a 35,5% da população alagoana. Em março de 2020, quando a pandemia começou, o total de pessoas em situação de pobreza extrema em Alagoas era de 1.152.012, ou seja, aumento de 3,3%. Os dados do Ministério da Cidadania levam em conta as pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal. A condição de pobreza extrema é atribuída à pessoa que vive com renda per capita de até R$ 89. Para se ter uma ideia do tamanho deste público, o total de pessoas na extrema pobreza em Alagoas é superior ao da população de Maceió, que é estimada em 1.025.360 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). E é em Maceió que está o maior contingente deste grupo, com 138.678 pessoas. Logo após aparece Arapiraca, com 57.070. Palmeira dos Índios completa o ranking com 32.548 pessoas na extrema pobreza. Pindoba, que tem a menor população do estado, é o município com o menor número de pessoas em extrema pobreza. São 1.068 pindobenses nesta situação. Contudo, o número pequeno representa 36% dos 2.905 moradores da cidade. O ranking dos municípios com menos pessoas em extrema pobreza é completo por Feliz Deserto (1.879) e Mar Vermelho (1.976).

Em Alagoas, o Estado conta com o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), no entanto, entidades sociais lutam para que os recursos sejam, efetivamente, usados para erradicar a pobreza em Alagoas. No dia 13 de julho passado, dezenas de entidades fizeram um ato simbólico contra a fome em frente ao Palácio República dos Palmares, no centro de Maceió, para cobrar do Governador do Estado, Renan Filho, a criação de um plano emergencial para se utilizar os recursos do Fecoep.

As lideranças sociais cobram que o governador Renan Filho (MDB) cumpra com a apreciação do Plano Emergencial para o enfrentamento da extrema pobreza. As lideranças expuseram ainda que, três dias depois da entrega do requerimento que pede celeridade na apreciação do Plano, o Governo do Estado anunciou entrega de cestas básicas para população em extrema pobreza. “A iniciativa certamente aplacará o desespero momentâneo de milhares de famílias, mas não modificará a condição de extrema pobreza, que mantém as pessoas nesta situação de risco, fazendo retornar o fantasma da fome tão logo estes alimentos sejam consumidos”, expuseram as lideranças por meio de nota. As entidades que fazem parte deste movimento são: o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CEDECA Zumbi dos Palmares), o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), o Movimento Sem Terra (MST), o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), e a Assessoria Jurídica Universitária Popular Aqualtune (NAJUP). Em todo o país, a pandemia levou 1.971.336 brasileiros à pobreza extrema. Em junho deste ano 41.124.856 brasileiros viviam nessa situação, ante 39.153.520 em março de 2020, quando a pandemia começou. Percentualmente o aumento foi de 5%. Desde junho de 2015 que o número de pessoas em extrema pobreza não era tão alto no Brasil. A cidade brasileira com o maior número de pessoas em extrema pobreza é São Paulo, com 1.284.372 pessoas nessa situação. Logo após aparece o Rio de Janeiro, com 746.634 e Fortaleza, com 613.456. Já as cidades com menos habitantes nessa situação são: Nova Roma do Sul-RS, que não tem nenhum habitante em extrema pobreza; Três Arroios-RS, com 4 e Cunhataí-SC, com 6. Das 10 cidades com menos habitantes em pobreza extrema, nove são do Rio Grande do Sul. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entregou na manhã da última segunda-feira (9) ao Congresso a MP (medida provisória) que cria o Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família. O ministro da Cidadania, João Roma disse que a reformulação do programa permitirá aumentar o número de beneficiários dos atuais 14,6 milhões para mais de 16 milhões. Roma não quis confirmar se o valor médio por família será elevado para pelo menos R$ 300 e disse que a definição deve ser feita até o final de setembro, após o envio do Orçamento de 2022. Segundo ele, o desenho elaborado prevê um reajuste de pelo menos 50% sobre o benefício médio atual, de R$ 189 –o que daria uma valor de R$ 283,50.

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