T�mido, Copom reduz juros para 16% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)fez, ontem, uma tímida redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Os juros caíram de 16,25% para 16% ao ano, menor taxa desde abril de 2001. A deci
Por | Edição do dia 15/04/2004 - Matéria atualizada em 15/04/2004 às 00h00
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)fez, ontem, uma tímida redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Os juros caíram de 16,25% para 16% ao ano, menor taxa desde abril de 2001. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado. Em março, o BC também havia cortado a taxa em 0,25 ponto percentual e justificou a timidez da redução com a necessidade de permanecer atento ao comportamento da inflação. No entanto, o leve corte nos juros não deve poupar o BC de novas críticas de empresários, sindicalistas e até mesmo políticos do PT e da base de apoio ao governo. Reação Bradesco, HSBC e Caixa Econômica Federal anunciaram, ontem, cortes nos juros acompanhando a decisão do Copom. A redução média foi de 0,02 ponto percentual no Bradesco e no HSBC. A Caixa Econômica Federal reduziu o juro da operação de crédito pessoal para antecipação de restituição do Imposto de Renda de 3,55% para 2,70% ao mês para os clientes que realizaram a operação no ano passado e 2,90% ao mês para os demais clientes. A queda da taxa de juro para 16% ao ano ficou dentro das expectativas do mercado, mas aquém do esperado pelo setor industrial. A decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros em apenas 0,25 ponto percentual mostra um excesso de cautela em relação à trajetória da inflação, disse, por meio de nota, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, também por meio de nota, disse que o corte foi aquém do que poderia ser efetivado diante dos indicadores da economia interna. Piva afirmou, ainda, esperar continuidade na redução dos juros nos próximos meses. Monteiro Neto, da CNI, afirmou, também, que a queda para 16% não cria condições favoráveis para um processo de retomada da atividade econômica. Acredito que haverá espaço para reduções mais acentuadas nos próximos meses, disse.