Negócios
PANE EM APLICATIVOS DE MENSAGEM AFETA VENDAS EM EMPRESAS DE AL
Empresários alagoanos relatam perdas de até 80% nos negócios devido à queda do WhatsApp no País


A pane que afetou desde o início da tarde desta segunda-feira (4) o WhatsApp, Facebook e Instagram prejudicou diretamente o serviço de entrega de refeições feito por essas ferramentas em Alagoas. Alguns empresários da capital que trabalham com os aplicativos de mensagens relatam perdas de até 80% nos negócios. Lucicleide dos Santos trabalha em estabelecimento no Farol, conhecido pela venda de salgados. Nesse local, cerca de 80% dos pedidos do dia chegam via WhatsApp. “Com esse problema desde cedo a gente está recebendo os pedidos dos clientes por telefone mesmo. É complicado porque 80% das vendas chegam pelo WhatsApp e o dia quase todo hoje foi parado”, disse a recepcionista. Silmara Oliveira trabalha em restaurante no bairro da Serraria e declarou que o prejuízo só não foi maior porque os pedidos feitos pelo aplicativo de conversa são mais numerosos no fim de semana. “De todos os pedidos que atendemos por dia, cerca de 5% são pelo WhatsApp. Se fosse outro dia da semana talvez o prejuízo teria sido ainda maior”, disse. Thiago Falcão que atua na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) explicou que pedidos feitos pelo WhatsApp e pelo telefone ainda representam parte importante do lucro dos estabelecimentos. “Sem contar que nos pedidos feitos WhatsApp e por telefone não temos que pagar taxa”, afirma. Segundo ele, o WhatsApp é ainda uma das formas mais utilizadas para fazer o pedido nos bares e restaurantes. “No meu restaurante, por exemplo, mais de 80% do que chega é por WhatsApp. Ele é ainda é muito usado”. No início da tarde de ontem, o Facebook confirmou por meio do Twitter que usuários estão tendo dificuldades para acessar seus aplicativos, incluindo WhatsApp e Instagram. Em comunicado, a empresa afirmou que trabalha “para que tudo volte ao normal o quanto antes”. “Estamos cientes de que algumas pessoas estão tendo problemas para acessar nossos aplicativos e produtos. Estamos trabalhando para que as coisas voltem ao normal o mais rápido possível e pedimos desculpas por qualquer inconveniente”, informou o grupo norte-americano. O WhatsApp também usou o Twitter para relatar o problema.
QUEDA
Em todo o País, usuários relatam problemas de acesso ao Facebook, WhatsApp e Instagram nesta segunda-feira. Um pico de queixas foi registrado pelo site Downdetector pouco depois das 12h nas três redes sociais – todas de propriedade do Facebook. Perto das 13h, eram cerca de 44 mil reclamações contra o WhatsApp, 13 mil contra o Instagram e 6.700 contra o Facebook, de acordo com o Downdetector. A instabilidade levou o WhatsApp ao primeiro lugar nos assuntos do momento no Twitter. Em segundo, ficou o aplicativo de mensagens Telegram, concorrente do WhatsApp e, em terceiro, Zuckerberg (em referência a Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook). Além do Brasil, usuários de Portugal, Reino Unido, Índia e Estados Unidos também reclamam de instabilidade. Tanto os aplicativos quanto as versões desktop das redes apresentam instabilidade, assim como a página institucional do Facebook. A queda generalizada ocorre em um momento que já é de pressão para a empresa. Desde o começo de setembro, o Wall Street Journal tem publicado reportagens baseadas em documentos internos do Facebook que o jornal diz ter recebido. O veículo sustenta, por exemplo, que a companhia estava ciente desde 2019 de que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes. Além das reclamações, usuários no Twitter fizeram memes com a instabilidade.
BOLSA
Em um dia de instabilidade no acesso às redes sociais do Facebook, as ações da empresa de Mark Zuckerberg registravam queda de 5,83% às 15h03 desta segunda. O Nasdaq, índice da Bolsa americana composto por ações de empresas de tecnologia, recuava 2,38%. De modo geral, o mercado americano opera em viés de baixa devido à possível antecipação para 2022 de um ciclo de alta nos juros básicos do país em resposta à inflação gerada pela escalada de preços de energia no mundo e pela quebra das cadeias de suprimento durante a pandemia. Nesse contexto, ações de empresas de tecnologia, bastante populares nos EUA, tendem a perder mais investidores para aplicações atreladas a juros, como os títulos do Tesouro americano. Independentemente da queda generalizada na Bolsa, os papéis do Facebook já recuaram 14% desde 14 de setembro, quando o o Wall Street Journal passou a publicar reportagens que sustentam que a companhia sabia que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes. Antes das revelações, os papéis da empresa acumulavam alta de 37,83% neste ano. As informações são da Folhapress.