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CONSUMIDORES TROCAM MARCAS E RETIRAM PRODUTOS DA FEIRA

Maceió foi a única capital entre as pesquisadas que registrou queda no valor da cesta com os 35 produtos nos supermercados

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Maceió, 27 de maio de 2020 
Vendas de álcool em gel, álcool 70%, água sanitária e sabão em barra e em pó, produtos mais utilizados na higienização de combate ao coronavírus em Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz
Maceió, 27 de maio de 2020 Vendas de álcool em gel, álcool 70%, água sanitária e sabão em barra e em pó, produtos mais utilizados na higienização de combate ao coronavírus em Alagoas - Brasil. Foto: ©Ailton Cruz -

Carne, peito de frango, queijo, esses são alguns dos produtos que a inflação tem tirado do carrinho de compras do alagoano. A carestia dos produtos tem mudado os hábitos de compras dos consumidores e feito eles excluírem alguns itens da lista e trocarem a marca dos que ainda se mantém. Por outro lado, itens como salsicha, empanados, mortadela e linguiça tem enchido os carrinhos e as mesas dos cidadãos. Mais baratos e rentáveis no prato e no bolso, os embutidos têm ganhado cada vez mais espaço.

Um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado na quinta-feira (14), mostrou que Maceió foi a única capital entre as pesquisadas que registrou queda no valor da cesta com os 35 produtos de largo consumo nos supermercados. A cesta fechou o mês de agosto custando R$ 625,16, um recuo de 0,80% na comparação com julho, quando custava R$ 630,19. Em todo o país, a cesta fechou o mês de agosto passado custando R$ 675,73, com aumento de 1,07% em relação a julho de 2021. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 22,23%.

A dona de casa Quitéria Silva, que mora em Maceió com o esposo e uma filha adolescente, conta que essa queda não dá pra comprar uma garrafa de óleo. “Uma garrafa de óleo por nove reais, não existe. Eu já faço a feira do mês preocupada com o próximo. Quando o dinheiro dá eu já compro um pouco a mais, porque parece que todo mês fica mais caro”, expõe. Quitéria conta que todos esses aumentos têm mudado o hábito de consumo em casa. “Antes você fazia um feijão ‘com tudo dentro’, uma panela de mistura, hoje em dia a pessoa como para saciar a fome e tem que agradecer, porque aquela refeição por prazer quase não tem. Imagine trocar a mistura, seja carne ou galinha, por empanado. O feijão cozido só na água. E tem que comprar dessas marcas mais fraquinhas”, revela.

Somente na capital, segundo a Abras, a cesta com os 35 produtos produtos mais vendidos nos supermercados acumula alta de 8,5% este ano, saindo de R$ 575,72 em janeiro para R$ 625,16 em agosto. Em números reais, um acréscimo de R$ 49,44, quase cinquenta reais. Informada dos números, a dona de casa Valdenice Mata logo calcula: “hoje isso dá pra duas bandejas de frango”.

Mata mora com o esposo e três filhos, os dois estão desempregados e fazem bico para conseguir o sustento. Ela lembra que até antes da pandemia ia ao supermercado com os mesmos cinquenta reais e fazia o dinheiro render.

“Dava pra comprar arroz, feijão, macarrão e uma mistura. Hoje o dinheiro pra ganhar é o mesmo, mas para gastar, os cinquenta de hoje é o mesmo que vinte de dois anos atrás”, compara.

Com duas filhas, uma de 9 e outra de 10 anos, ela diz que a pesquisa de preços nesse período é ainda maior. A feira na casa dela deixou de ser mensal para ser semanal.

“Na quinta-feira eu vou em um supermercado para comprar fruta e verdura, no final de semana vou comprar mistura, acessando aplicativo de descontos”, diz a dona de casa.

Mesmo com muita pesquisa, ela conta que a troca da marca dos produtos é inevitável. “Antes eu comprava o iogurte das meninas de uma marca que era vendido em bandeja, aquela mais consistente, agora se quiser manter o iogurte tem que ser aquele de saco, ralinho, é isso ou não tem. O hambúrguer do café da manhã troquei de uma marca que era de R$ 1,50 por um de R$ 0,85”, detalha.

CENÁRIO NACIONAL

Em agosto, a Abras aferiu um recuo de 2,33% no consumo nos lares brasileiros na comparação entre agosto e julho deste ano. Esta foi a quinta queda mensal registrada no ano. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o consumo também fechou com variação negativa de 1,78%. O acumulado de 2021, porém, segue positivo em 3,15%.

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