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Juros

SELIC ULTRAPASSA 10% APÓS CINCO ANOS

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São Paulo, SP – O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros de 9,25% para 10,75% ao ano nesta quarta-feira (2). Desde julho de 2017, a taxa Selic estava abaixo dos dois dígitos, período em que foi reduzida diante de uma inflação em queda e uma atividade econômica praticamente estagnada. O BC também sinalizou que o ciclo de aperto iniciado em março do ano passado não chegou ao fim, diante de uma inflação ainda resistente e que ameaça estourar a meta pelo segundo ano seguido. Mas disse em seu comunicado que, em relação aos seus próximos passos, o comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros em sua próxima reunião. Segundo o Copom, essa sinalização reflete o fato de que os efeitos cumulativos do ciclo de aperto monetário ainda se manifestarão ao longo dos próximos meses. Na reunião anterior, em dezembro, o BC também elevou a taxa em 1,5 ponto percentual e indicou que faria nova alta da mesma magnitude neste início de ano. Por isso, todos os analistas consultados pela Bloomberg já esperavam esse aumento. O comitê volta a se reunir agora nos dias 15 e 16 de março. O ciclo de aumento dos juros no Brasil –oito altas seguidas, totalizando 8,75 ponto percentual– é o maior entre as principais economias do planeta. Em março do ano passado, a taxa básica estava em 2% ao ano, menor patamar desde a criação do Copom, em 1996. A Selic está agora no maior patamar desde maio de 2017, ainda no governo de Michel Temer (MDB), quando os juros eram de 11,25% ao ano. Esse é também o maior ciclo de aperto desde a criação do sistema de metas de inflação, quando a taxa básica subiu de 25% para 45% ao ano, em março de 1999, diante do fim do regime de câmbio fixo. A alta de 8,75 pontos percentuais desde o ano passado também supera o aumento de 8,50 pontos visto de outubro de 2002 a maio de 2003, na transição entre os governos FHC e Lula. De acordo com o relatório Focus desta semana, em que o BC divulga projeções do mercado, economistas esperam que os juros fechem 2022 a 11,75% ao ano. Em 2023, cairia para 8% ao ano. O choque de juros é uma resposta do BC à escalada de preços observada desde o fim do ano passado e às sucessivas revisões para cima das expectativas de inflação para o próximo ano. "O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", disse o comitê em seu comunicado desta quarta. O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas de inflação para os próximos anos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. "O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas."

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