CRISE SE AGRAVA, PUTIN AMEAÇA REAÇÃO E BIDEN VOLTA A FALAR EM GUERRA
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Por Folhapress | Edição do dia 18/02/2022 - Matéria atualizada em 18/02/2022 às 04h00
Moscou, Rússia – Enquanto a guerra de versões sobre o que está acontecendo em torno da Ucrânia se agrava, a disputa diplomática entre Rússia e os Estados Unidos escalou nesta quinta-feira (17), depois de dias de sinalização de Moscou em favor de negociações. O governo de Vladimir Putin respondeu após três semanas à rejeição dos EUA ao pacote de demandas do russo para estabilizar a segurança no Leste Europeu. A carta afirma que a posição significa que Moscou "pode tomar medidas técnico-militares" para defender seus interesses. O jargão sugere não uma invasão russa da Ucrânia, que o presidente Joe Biden disse pela enésima vez nesta quinta que pode ocorrer "nos próximos dias", mas sim ações que serão vistas como agressivas pela Otan (aliança militar ocidental). A tensão foi reforçada pela expulsão pela Rússia do número 2 da embaixada dos EUA em Moscou, Bart Gorman. Segundo o Departamento de Estado, "a ação não foi provocada e nós a consideramos um passo escalatório. Estamos considerando nossa resposta". O Ministério das Relações Exteriores russo apenas disse que era uma retaliação por ato semelhante contra um diplomata em Washington, sem nomeá-lo, preferindo se concentrar no aparente ataque hacker contra seu site, que ficou fora do ar. Para adicionar drama ao roteiro, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, decidiu se dirigir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para dizer que estava lá "não para começar uma guerra, mas para evitar uma".
COMPARAÇÃO
Nas TVs russas, estatais e alinhadas com o Kremlin, ele já vem sendo comparado a Colin Powell, seu antecessor que passou vergonha ao justificar no mesmo fórum a invasão do Iraque em 2003 com argumentos falsos. Se não chega a tanto, Blinken chegou a citar no elenco de ações provocativas que acusou a Rússia de preparar um ataque com armas químicas -exatamente o ponto de Powell contra Saddam Hussein 19 fevereiros atrás. Ainda assim, seu "hedge" sobre não guerrear já antecipava críticas.