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Nº 5881
Economia O etanol está sendo comercializado em torno de R$ 0,20 a R$ 0,30 abaixo do preço médio divulgado pelo ANP

VENDA DIRETA DE ETANOL PODE NÃO RESULTAR EM PREÇO BAIXO NO ESTADO

Usinas de Alagoas já iniciaram a comercialização do combustível nessa modalidade, mas ela é exclusiva para postos bandeira branca

Por Hebert Borges | Edição do dia 26/02/2022 - Matéria atualizada em 25/02/2022 às 20h25

Aguardada como esperança de baratear o preço do etanol nos postos de combustíveis de Alagoas, a venda direta do produto saindo das usinas direto para os postos pode não resultar em preço mais barato para os consumidores finais. Além dos empresários citarem que o desconto dado pelas usinas está aquém do esperado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis) afirma que o mercado é livre e que a entidade não interfere no mercado, cabendo aos revendedores a decisão de repasses e reajustes nas bombas. O presidente do sindicato, James Thorp Neto, diz que as usinas já iniciaram a comercialização do etanol na modalidade de venda direta, mas lembra que ela é exclusiva para postos bandeira branca, que os postos que não ostentam marcas, não possuem contratos de exclusividade com as distribuidoras. De acordo com ele, algumas usinas entraram em contato com o sindicato. “Obtivemos a informação de que o produto está sendo comercializado em torno de R$ 0,20 a R$ 0,30 abaixo do preço médio divulgado pelo ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]. A expectativa do setor era que ocorresse uma redução maior”, reconhece. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério de Melo Nogueira, afirma que essa via de comercialização será muito importante para a expansão da venda de etanol hidratado. “Por certo, poderá haver uma competitividade melhor do etanol em relação ao açúcar, em função, inclusive, dos aumentos sucessivos e constantes do preço da gasolina. Por outro lado, os produtores de Alagoas já estão operando muito próximo da capacidade instalada para o etanol”, detalha. Sobre o preço praticado pelas usinas, Pedro Robério pondera que como trata-se de uma operação muito recente, os produtores de etanol estão apresentando aos postos condições de garantia de abastecimento por longo prazo e condições financeiras de uma boa margem de comercialização com vistas a proporcionar um potencial de redução de preço ao consumidor. Alberto Vieira Júnior é dono de um posto de combustíveis no Barro Duro, em Maceió, e conta que esperava mais dessa medida. Segundo ele, na prática, só conseguiu, até agora, desconto de R$ 0,10 ante o preço da distribuidora. “Por enquanto, somente uma usina está vendendo para os postos. Então, acredito que quando tiver mais usinas vendendo e a competição aumentar, pode ser que o preço melhore”, estima. A Usina Caeté, em São Miguel dos Campos, foi a primeira do estado a realizar a venda direta de etanol. A partir dessa regulamentação, segundo explica o gerente de Mercado Interno da Caeté, André Bulhões, foi possível definir as estratégias para comercialização do produto. A empresa não divulgou os preços praticados. Com a regulamentação e o início da comercialização do etanol, a Usina Caeté tem ampliado a carteira de clientes. “Estamos no início das operações e alguns ajustes ainda estão ocorrendo internamente, mas nossa intenção é tornar o processo cada vez mais dinâmico e estimular o consumo desse combustível, que traz inúmeros benefícios para a sociedade”, destaca. Bulhões destaca que outro ganho do projeto, que serve de estímulo à produção, são os benefícios do biocombustível no aspecto socioambiental. “O etanol, por ser um combustível renovável, reduz o impacto sobre o meio ambiente, se comparado com a gasolina”, finalizou o gerente de Mercado Interno da Caeté.

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