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Financiamento de imóveis recua 28% no primeiro semestre

Números mostram que foram financiadas 476 unidades nos dois primeiros meses deste ano, ante 668 no mesmo período de 2021

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Sonho de muitos brasileiros, a casa própria tem ficado cada dia mais distante da realidade deles. Dados da Abecip, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, mostram que houve recuo de 28% no número de imóveis financiados em Alagoas no primeiro bimestre deste ano. Especialistas alertam que a alta na taxa Selic, a taxa básica de juro, tem influenciado nessa queda. Os números mostram que foram financiadas 476 unidades nos dois primeiros meses deste ano, ante 668 no mesmo período do ano passado.

Ou seja, foi uma média de oito imóveis financiados por dia em Alagoas esse ano. No ano passado, essa média era de 11 imóveis por dia no mesmo período. No entanto, o montante de valores financiados teve queda, mas menos acentuada que a retração no número de unidades, o que pode indicar o aumento de preços dos imóveis. Em 2021, os 668 imóveis financiados movimentaram R$ 135.165 milhões , já no mesmo período deste ano as 476 unidades movimentaram R$ 116.164 milhões. Em todo o País, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 26,38 bilhões, alta de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já em relação à quantidade de unidades financiadas, foram 112,41 mil imóveis, resultado 6,3% superior ao de igual período de 2021.

O alagoano Luiz Rocha, de 46 anos, começou o ano com planos de comprar uma casa nova. Após anos de trabalho, ele viu uma oportunidade se abrir quando um amigo resolveu sair de Maceió e vender a casa que morava. O autônomo junto as economias e decidiu financiar os R$ 200 mil que o amigo cobrava, mas ao chegar no banco tomou um susto. “Após fazer a simulação, vi que, com a taxa de juros, eu ia terminar pagando o dobro do valor financiado. A taxa era de mais de 8%, parcelas de quase R$ 2 mil, não tenho condições. Não ia conseguir pagar”, detalha. Ao portal G1, Alberto Ajzental, coordenador do curso de Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da FGV (Fundação Getulio Vargas), explicou que, a cada variação de 2,5% da Selic, há o aumento de um ponto percentual no Custo Efetivo Total (CET) envolvido na contratação de um financiamento.

E a cada um ponto de aumento do CET, 1 milhão de famílias, aproximadamente, perdem a condição financeira de comprar um imóvel. O professor acrescenta que os dados não consideram a inflação e o desemprego, que provocam uma corrosão ainda maior no poder de compra da população e também pesam negativamente para a demanda no setor. "Com os juros em dois dígitos, o mercado ficará menor, terá menos demanda.

O imóvel vai se tornar um produto menos acessível, se comparado com o início de 2021", explicou o professor da FGV. Além do encarecimento do crédito imobiliário, Ajzental lembrou que o aumento do Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), que acelerou 0,64% em janeiro, também elevou o preço da construção dos imóveis — prejudicando ainda mais o setor como um todo. Na última quinta-feira (24), A Caixa Econômica Federal anunciou redução de 0,15 ponto percentual na taxa de juros do crédito imobiliário na modalidade poupança. Com a redução, as novas taxas partem da Taxa Referencial (TR) + 2,80% ao ano, somadas à remuneração da poupança. Segundo o banco, as contratações com as taxas reduzidas começarão a ser feitas a partir do dia 28 de março.

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