Economia
ALAGOANOS TÊM A 5ª MAIOR PERDA DE RENDA DO BRASIL, DIZ IBGE


Os alagoanos tiveram a quinta maior perda de renda do Brasil em 2021, de acordo com dados do estudo Rendimento de Todas as Fontes 2021, publicado na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). O recuo em Alagoas foi de 9,5%, tendo em vista que o rendimento caiu de R$ 1.542,00 em 2020, para R$ 1.396,00.
O rendimento observado em 2021 também foi o menor registrado para Alagoas desde o início da série histórica, em 2012. Do primeiro ano da pesquisa até 2014, o estado verificou um crescimento de 8,9%, saindo de R$ 1.441 para R$ 1.570. Após, houve queda em 2015, estabilidade em 2016 e leve queda em 2017, voltando a crescer somente em 2018.
Para o IBGE, o rendimento de todas as fontes é composto pelo valor recebido no mês de referência da pesquisa de todos os trabalhos e também de outras fontes não oriundas do trabalho, isto é, de programas sociais do governo (Bolsa Família, BPC-LOAS), aposentadoria ou pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada de não morador. Além disso, também são incluídos outros rendimentos, tais como rentabilidades de aplicações financeiras, bolsas de estudos, direitos autorais, exploração de patentes etc.
Em 2021, as regiões Nordeste (10.9%) e Norte (7%) observaram as principais quedas de rendimento, acima da média para o Brasil (5,1%). O estado com maior perda foi a Bahia (15,42%), seguida do Ceará (14.36%), Sergipe (11,09%) e Pernambuco (9,71%). Alagoas (9,5%) completou a lista dos cinco maiores.
Levando-se em consideração somente o rendimento médio mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos na população com idade para trabalhar, ou seja, com 14 anos ou mais, a queda em Alagoas foi de 9%, passando de R$ 1.780 em 2020 para R$ 1.620 em 2021.
Em todo Brasil, o rendimento médio mensal domiciliar por pessoa caiu 6,9% em 2021 e passou de R$ 1.454 em 2020 para R$ 1.353. Este é o menor valor da série histórica, iniciada em 2012.
“Esse resultado é explicado pela queda do rendimento médio do trabalho, que retraiu mesmo com o nível de ocupação começando a se recuperar, e também pela diminuição da renda das outras fontes, exceto as do aluguel”, explica Alessandra Scalioni, analista da pesquisa, apontando a mudança nos critérios de concessão do auxílio-emergencial ocorridas em 2021 como uma das principais causas da queda no rendimento de outras fontes.
O percentual de pessoas com algum rendimento, de qualquer tipo, na população do país também caiu: de 61% para 59,8%, retornando ao percentual de 2012, o menor da série. Houve redução em todas as regiões, principalmente no Norte.
O Sul (64,8%) continua com a maior estimativa, como aconteceu em todos os anos da série histórica. As menores são nas regiões Norte (53,0%) e Nordeste (56,3%). Esse percentual aumentou em “Todos os trabalhos” de 40,1% para 41,1%, o que corrobora o aumento de ocupação no país. Em contrapartida, houve queda no percentual das pessoas com rendimentos no conjunto das “Outras fontes”, que saiu de 28,3% para 24,8%. A maior variação foi em “Outros rendimentos”, que saiu de 14,3% para 10,6%.