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EM TEMPOS DE CARESTIA, BRECHÓS GANHAM ADEPTOS EM MACEIÓ

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Unir produtos de boa qualidade a preços acessíveis, essa é, basicamente, a funcionalidade dos brechós. Em tempo de carestia, com inflação passando de dois dígitos, esse tipo de negócio têm ganhado cada dia mais espaço nas cidades, e em Maceió não tem sido diferente.

Kaká Marinho é dona de um e conta com duas lojas na capital alagoana. Ela abriu o “Limonada” logo no começo da pandemia e conta que o movimento só aumenta. Ela conta que no começo a ideia era vender seus “desapegos pessoais” em prol de um lar de idosos. A ideia foi ganhando adeptos e outros “desapegos” e depois de três meses coordenando tudo sozinha reuniu R$10 mil e doou para um lar de idosos.

Mas o gosto pelo tipo de negócio continuou e ela contratou uma pessoa. O foco no empreendedorismo social continua. Marinho diz que até hoje a iniciativa reverte parte das vendas para projetos sociais.

“O perfil de quem compra limonada é muito feminino. Geralmente nossas clientes tem mais de 30 anos, moram na parte baixa da cidade e são graduadas ou pós-graduadas. Esse perfil, na verdade, me surpreendeu no começo, porque eu acreditava que a maioria das minhas consumidoras seria da geração Z!”, detalha a empresária.

Kaká diz que as vantagens que um brechó oferece são inúmeras, que vão desde uma escolha mais sustentável de consumo ao ótimo custo-benefício. “A oportunidade de encontrar peças mais exclusivas também é o máximo, e roupas usadas tem história para contar. É um universo bem divertido”, afirma.

Já a Jackline Vasconcelos é organizadora do Bazar Chique, que é realizado mensalmente e tem como finalidade arrecadar fundos para a Ong Pata Amada, que atua na proteção de animais. Ela conta que o público já é cativo e que até ampliou para que outras pessoas que também tem peças para vender também o façam mediante o pagamento de uma taxa.

“A gente consegue tornar o bazar o que a gente chama de maior bazar de Alagoas. Elas vendem bem baratinho mesmo o preço máximo do Bazar R$ 50. Então as peças variam uma média de 5 até no máximo R$ 50”, detalha.

Segundo ela, das vantagens que o bazar oferece, o preço é o mais atrativo. “Porque são peças de excelente qualidade, de marcas conhecidas. Tem provador para que as pessoas não levem nada para casa sem ter certeza de que vai gostar da peça. Eu acho que, realmente, a maior vantagem do bazar é o preço e a variedade que as pessoas encontram”, avalia.

Sobre o perfil dos clientes, Jackline Vasconcelos diz que só não encontra no bazar o pessoal de classe alta, mas os outros públicos têm representação. “As pessoas estão cada vez mais procurando os bazares porque sabem que encontram peças de qualidade e com preço baixo”, diz.

A dona de casa Valdenice Mata é uma dessas clientes de bazar. Sem emprego formal, ela conta com a renda de pequenos reparos que faz como costureira e aproveita os brechós e bazares para “garimpar”. “Você pega cem reais e vai no shopping e não consegue comprar uma calça. Em um brechó você compra calça, blusa e ainda uma sandalinha. Uma roupa de festa nova é quatrocentos, quinhentos reais, no brechó você compra por cento e cinquenta”, exemplifica.

Conhecedora dos materiais, tendo em vista que é costureira, ela diz que, realmente, a qualidade dos produtos é boa. “Você percebe que é gente que usou pouco, mas não gosta de repetir roupa, ou não gosta mais da peça e bota pra frente. Eu acho é bom”, afirma.

De acordo com o Sebrae, essa é uma tendência mundial e pesquisas feitas em outros países comprovam que o mercado de usados ainda tem espaço para crescimento. A entidade cita a pesquisa feita pela ThreadUP, uma das principais plataformas de revenda de roupas nos Estados Unidos, que apontou que os valores movimentados nesse segmento dobraram desde 2019 e a projeção é que tripliquem até 2025.

Para os empreendedores brasileiros, o Sebrae recomenda conhecer seus nichos de mercado, além de estabelecer presença no mundo digital, que pode favorecer uma captação maior de clientes e maior recorrência de compras das mercadorias.

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