app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Economia

Alagoas tem a segunda maior taxa de desalentados do País, aponta IBGE

Dados do órgão mostram que 239 mil alagoanos estavam nesta condição no terceiro trimestre deste ano

Por Carlos Nealdo* | Edição do dia 20/11/2019 - Matéria atualizada em 20/11/2019 às 13h35

O número de alagoanos desalentados avançou 8,5% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o órgão, 239 mil alagoanos estavam nesta condição no terceiro trimestre - um avanço de 19 mil trabalhadores em relação ao trimestre anterior, quando 221 mil alagoanos estavam desalentados. Na definição do IBGE, essa é uma parcela da população que, de tanto procurar emprego e não achar, desistiu de tentar trabalhar.

Com o avanço, a taxa de desalentados em Alagoas atingiu 16,5% no terceiro trimestre, a segunda maior alta do País, atrás apenas do estado do Maranhão, cuja população de trabalhadores nessa situação atingiu 18,3%. Em todo o País, o número de desalentados no período foi de 4,7 milhões de pessoas. Os maiores contingentes estavam na Bahia, com 781 mil trabalhadores, e no Maranhão (592 mil). Já os menores foram registrados em Roraima, com 17 mil pessoas, e Amapá (19 mil).

INFORMALIDADE

A pesquisa do IBGE revela também que a taxa de informalidade entre os empregados alagoanos - aqueles que estavam sem carteira assinada no setor privado - avançou 4,9% no trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Atualmente, 152 mil alagoanos trabalham na informalidade.

Em todo o País, segundo a Pnad Contínua, a proporção de empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado do país no terceiro trimestre de 2019 foi de 26,4%. As unidades da federação com os maiores percentuais foram Maranhão (50,1%), Pará (49,9%) e Piauí (49,9%). Já as menores taxas estavam no Rio Grande do Sul (18,1%) e Santa Catarina (12,3%).

DESEMPREGO

De acordo com o levantamento do IBGE, a taxa de desemprego em Alagoas avançou de 14,6% para 15,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano - um aumento de 0,8 ponto percentual. Com isso, o terceiro trimestre deste ano encerrou com 186 mil alagoanos desempregados, um aumento de sete mil desocupados em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a taxa de desemprego recuou 1,7 ponto percentual.

A Pnad Contínua mostra que São Paulo foi o único estado do País a apresentar queda na taxa de desemprego do segundo para o terceiro trimestre deste ano, com recuo de 12,8% para 12% no período. O maior percentual de avanço foi registrado em Rondônia, cujo desemprego saltou de 6,7% para 8,2% - um aumento 1,5 ponto percentual.

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explicou que os números em São Paulo foram puxados pelo ramo da construção. “O que observamos nessa atividade foi um movimento significativo de pessoas trabalhando, e esse movimento impactou todo o resultado do Sudeste”, explicou.

No trimestre anterior, puxada pela alta da informalidade, a taxa de desemprego havia recuado em 10 unidades da federação, demonstrando estabilidade em todas as outras. Na ocasião, a taxa de desocupação era de 12% na média nacional. Atualmente, está em 11,8%.

O desemprego permaneceu estável na maior parte do país mesmo com recordes no trabalho informal. Ao fim do terceiro trimestre, 11,8 milhões de pessoas trabalhavam no setor privado sem carteira assinada, e outros 24,4 milhões trabalhavam por conta própria. O número de desempregados que buscam trabalho há menos de um mês vem crescendo, está em 1,8 milhão. No ano passado, eram 1,6 milhão de brasileiros.

“A procura por trabalho ainda é muito grande. A criação de ocupação, apesar de existir, ainda está em descompasso com a pressão feita pelos trabalhadores em busca de uma ocupação”, disse Adriana Beringuy.

Por outro lado, os que procuravam trabalho há dois anos ou mais estava em 3,2 milhões de brasileiros, enquanto 1,7 milhão correm atrás de trabalho de 1 ano a menos de dois anos. Ambos os registros vêm caindo desde 2018. Para o pesquisador do Ibre/FGV e da IDados Bruno Ottoni, essa queda no número de pessoas que procuram emprego há mais tempo é um ponto para ser olhado com otimismo. “Foi uma queda, mesmo que pequena, mas foi uma queda”, disse ele, que também viu com bons olhos os números de São Paulo.

*Com informações da Folhapress

Mais matérias
desta edição