Adi��o de �lcool na gasolina deve subir para 26%
Brasília - O governo está avaliando o aumento do percentual de adição do álcool anidro na gasolina para 26%. O secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pedro de Camargo Neto, disse ontem que o objetivo é assegurar o abastec
Por | Edição do dia 19/04/2002 - Matéria atualizada em 19/04/2002 às 00h00
Brasília - O governo está avaliando o aumento do percentual de adição do álcool anidro na gasolina para 26%. O secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pedro de Camargo Neto, disse ontem que o objetivo é assegurar o abastecimento interno de álcool e equilibrar a oferta de açúcar no mercado externo, para que uma superoferta brasileira não venha a deprimir ainda mais os preços do produto. A tonelada de açúcar no mercado internacional está cotada em cerca de US$ 110, um dos preços mais baixos da história do setor. Atualmente, esse percentual é de 24%. O aumento do limite da adição de anidro para 26% significará consumo adicional de 250 milhões de litros de álcool por ano. A safra de cana-de-açúcar deste ano está estimada em 326 milhões de toneladas, o que representa aumento de 11,4% sobre a safra do ano passado. A estimativa é de que sejam produzidas 20,55 milhões de toneladas de açúcar, das quais 11 milhões serão exportadas, e 12,8 bilhões de litros de álcool. Sem danos Camargo Neto explica que o aumento de anidro na gasolina para 26% não causará danos aos motores dos veículos, porque este limite já foi testado e aprovado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O aumento na mistura virá no bojo de uma nova política para o setor de álcool, cujas linhas básicas estão contidas na Medida Provisória número 18, aprovada na Câmara Federal no início desta semana e enviada à apreciação do Senado Federal. Conforme a MP, o setor de álcool terá uma política baseada em formação de estoques oficiais e em apoio a comercialização. Os recursos para a política do álcool virão de parte da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que substituiu a chamada PPE (Parcela de Preços Específica), procedente da conta-petróleo e que era administrada até 31 de dezembro pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Dos R$ 7,2 bilhões previstos na arrecadação da Cide neste ano, R$ 1,4 bilhão será destinado à subvenção do gás (para as famílias de baixa renda) e ao álcool. Desse total, cerca de R$ 450 milhões poderão ser aplicados em política de apoio ao setor. O governo também está interessado em estimular o aumento do uso de álcool diretamente como combustível. No início desta semana, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral, pediu que os dirigentes das montadoras de veículos instaladas no Brasil se manifestem sobre seu interesse em aumentar a produção de carro a álcool, tanto para o mercado interno como para exportação.