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Nº 5595
Economia Maceió, 27 de julho de 2022
Produtos nas prateleiras do supermercado derivado de leite e o composto lácteo.
Foto:@Ailton Cruz

ALIMENTOS ‘FAKES’ SÃO ALVOS DE FISCALIZAÇÃO DO PROCON

Diante da escalada de preços dos alimentos, os consumidores estão tendo que procurar por alternativas de manter a quantidade de comida na mesa. Com isso, é comum ver nas gôndolas dos supermercados os subprodutos, que substituem os originais, cada vez mais

Por ANNA CLÁUDIA ALMEIDA | Edição do dia 28/07/2022 - Matéria atualizada em 28/07/2022 às 04h00

Diante da escalada de preços dos alimentos, os consumidores estão tendo que procurar por alternativas de manter a quantidade de comida na mesa. Com isso, é comum ver nas gôndolas dos supermercados os subprodutos, que substituem os originais, cada vez mais caros.

São os casos do soro do leite, do requeijão com amido de milho e de uma série de alimentos que deixam de ter em sua composição o produto em si, para conter o “produto à base de” ou “produto sabor de”. A venda desses alimentos vem sendo alvo da fiscalização do Procon Maceió. Isto porque os produtos semelhantes aos originais, mantêm o preço mais acessível, mas há falta de transparência na publicidade.

Segundo o superintendente do órgão, Leandro Almeida, a venda dos produtos nessas condições distintas não é ilegal, mas com a falta de clareza nas informações, o consumidor acaba sendo lesado. “O problema começa porque o consumidor apressado não costuma ler o rótulo do produto, apenas olha para a embalagem parecida com a que já conhece e acaba pagando por um produto achando que é outro”.

Como as empresas acabam utilizando o mesmo layout, a composição acaba passando despercebida pelo consumidor. “É importante a empresa diferenciar de forma ostensiva o produto. Trata-se de uma publicidade enganosa já que a alteração na composição do produto não fica clara”, acrescentou.

As ações conjuntas de fiscalização do Procon Maceió, em parceria com Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) o IDEC, são realizadas para coibir a prática. Em casos como esse o consumidor pode denunciar ao Procon pelo seus canais de comunicação, inclusive o WhatsApp do órgão (82) 98882-8326.

VARIAÇÃO DOS PREÇOS

Uma pesquisa de preços em cinco supermercados na capital federal, realizada pelo site Metrópoles, mostra a variação de preço chega a 68% entre os alimentos ‘fakes’ e os originais. A lista considerou sete alimentos com a mesma quantidade e de marcas conhecidas pelo consumidor.

Enquanto o leite condensado integral chega a custar R$ 9,99, a mistura láctea condensada com soro de leite e amido é bem mais barata: R$ 5,99. Ou seja, o produto similar é 40% mais barato. O chocolate em pó apresenta a variação mais brusca de preço. Duzentos gramas de chocolate em pó solúvel custa R$ 19,49. Já o alimento achocolatado em pó, na mesma quantidade, sai por R$ 4,99 — 74% menos.

Porém, nem sempre substituir é tão vantajoso. O leite em pó também já conta com variações. Enquanto o produto original é vendido por R$ 19,99, a variação, chamada de composto lácteo com fibras, custa R$ 16,99. A economia chega a 15%. A mesma tendência é observada entre o iogurte e a bebida láctea fermentada.

EMPRESAS NOTIFICADAS

As empresas Nestlé Brasil, Mead Johnson Brasil e Danone foram alvos de uma ação civil pública pedindo a responsabilização por promoção cruzada. Elas mantêm semelhanças entre a embalagem de fórmulas infantis —cuja promoção comercial é proibida ou restrita— e a de compostos lácteos. O Idec argumenta que esse tipo de estratégia provoca confusão, engano e prejuízo, especialmente para pais, mães, cuidadores e crianças pequenas.

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