Economia
EM JULHO, POUPANÇA TEM RESGATE RECORDE DE R$ 12,7 BI

A retirada de recursos da caderneta de poupança superou os depósitos em R$ 12,7 bilhões em julho deste ano, informou nesta quinta-feira (4) o Banco Central. Foi a maior saída líquida (diferença entre saques e depósitos) já registrada para meses de julho desde o início da histórica, em janeiro de 1995.
De acordo com o BC, no mês passado os depósitos somaram R$ 290,4 bilhões. Já as retiradas totalizaram R$ 303,1 bilhões.
Os saques acontecem em um momento de alta dos juros bancários – os maiores em três anos – e do endividamento das famílias.
Ainda segundo o BC, no acumulado dos sete primeiros meses deste ano os saques de recursos da tradicional caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 63,2 bilhões. Esse também é o maior valor da série histórica. A cifra supera o recorde anterior, de 2016, quando R$ 43,7 bilhões líquidos foram retirados da poupança.
Segundo dados do BC, o endividamento das famílias com os bancos, em relação à renda acumulada em 12 meses, atingiu 52,2% em março deste ano (último dado disponível).
Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias estava em 41,7%.
Chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha observou na semana passada que, no trimestre encerrado em abril, o endividamento total das famílias oscilou "ao redor dos maiores níveis da série histórica [que começa em janeiro de 2005]".
Segundo dados do Serasa Experian, o país tinha 66,6 milhões de inadimplentes em maio, o maior número de devedores desde 2016, quando o levantamento começou. A soma das dívidas chega a R$ 278,3 bilhões, uma média de R$ 4.179,50 por dívida.