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Economia Dinheiro, Real Moeda brasileira

INADIMPLÊNCIA CHEGA À MAIOR MARCA DESDE 2019 EM ALAGOAS

Em junho deste ano, a inadimplência em Alagoas chegou ao maior patamar desde março de 2019. Dados do Serasa Experian apontam que 905.235 alagoanos não conseguem pagar suas dívidas, o que corresponde a 26% da população do estado. Desde março de 2019 que es

Por Hebert Borges | Edição do dia 06/08/2022 - Matéria atualizada em 06/08/2022 às 04h00

Em junho deste ano, a inadimplência em Alagoas chegou ao maior patamar desde março de 2019. Dados do Serasa Experian apontam que 905.235 alagoanos não conseguem pagar suas dívidas, o que corresponde a 26% da população do estado. Desde março de 2019 que esse número passava a casa dos novecentos mil. Se considerada somente a população adulta, 37% dos alagoanos estão inadimplentes.

O Serasa aponta que, se somadas, as dívidas dos alagoanos chegam ao montante de R$ 3,1 bilhões. São 2,7 milhões de dívidas negativadas. Cada alagoano tem, em média, 3 dívidas negativadas. A dívida média do alagoano é de R$  3.456,43. 

Em todo o País, o número de pessoas com contas atrasadas voltou a bater recorde e chegou a marca de 66,8 milhões de inadimplentes em junho, maior cifra desde o início do levantamento, em 2016. Isso representa uma alta de 200 mil pessoas em relação ao mês anterior – menor, no entanto, que o crescimento médio de 400 mil contabilizados em meses anteriores.

Em nota, o economista da Serasa Experian Luiz Rabi aponta que os consumidores tiveram mais acesso a recursos financeiros no período, o que pode explicar esse avanço mais tímido da inadimplência no país. “A antecipação do 13º salário dos aposentados e os saques especiais do FGTS, por exemplo, possivelmente atenuaram a trajetória de crescimento da inadimplência, pelo menos no mês de junho”, diz.

O segmento de bancos e cartões segue como responsável pela maioria das dívidas, 27,8% do total. Depois, vêm as contas básicas como água, luz e gás, com 22,6%. Em terceiro e quarto lugares ficam os setores de varejo e financeiras, com 13,2 e 12,5%, respectivamente. Na divisão por região, São Paulo liderou o número de inadimplentes, com 15,7 milhões. Na outra ponta, Roraima foi o estado com menos negativados, 217.136.

A Gazeta noticiou recentemente que Alagoas tem o quarto menor percentual de adultos inadimplentes do Brasil. Os números apontam que 37% dos adultos alagoanos estão com o nome “sujo”. No Amazonas está o dado mais preocupante: há mais adultos inadimplentes (51,8%) do que adultos com as contas em dia. Em seguida, aparecem outros Estados onde a parcela de inadimplentes é de praticamente metade dos adultos, como Rio de Janeiro, Amapá e Distrito Federal — os três com índices superiores a 49%.

Alagoas está na outra ponta, que é encabeçada pelo Piauí, com “apenas” um terço dos adultos com nome sujo. Santa Catarina (34,8%), Rio Grande do Sul (36,3%) também aparecem entre os Estados onde uma proporção maior de adultos está conseguindo pagar as contas em dia.

Uma pessoa está inadimplente a partir do momento em que não consegue pagar uma conta até a data do vencimento. Ela só entra nas estatística de inadimplência da Serasa, no entanto, a partir do momento que a empresa comunica que determinada conta não foi paga. Depois disso, “a Serasa encaminha comunicação — via SMS, e-mail, carta — para o devedor, falando que a pessoa tem dez dias para resolver essa situação e que, caso contrário, o nome dela vai ser negativado”, explica o economista Luiz Rabi.

Ele diz que é essencial levar em conta a renda per capita para entender a questão da inadimplência, já que “renda per capita é capacidade de pagamento” — ou seja, Estados com essa renda mais alta teoricamente tendem a ter menor inadimplência.

Isso ajuda a explicar a situação do Amazonas, que tem a maior taxa de inadimplência do país e também está entre as três menores rendas per capita do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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