Com o aumento no preço da gasolina, muitos motoristas converteram o veículo para o Gás Natural Veicular, o GNV. A medida tem como objetivo economizar e isso tem dado certo. No entanto, o crescente número de conversões, tem chamado a atenção para os cuidados com a manutenção do equipamento. Nas últimas semanas, dois casos de explosões de GNV durante o abastecimento foram registradas no estado do Rio de Janeiro, o mais recente ocorreu nessa quinta-feira (11), onde uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas. Em Alagoas, o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) não possui balanço sobre este tipo de ocorrência no estado. O último caso ocorrido no estado foi no ano de 2020, e não houve feridos. 

De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), o quantitativo de veículos que foram convertidos para o GNV é de 14.177, considerando o aumento de 175 veículos em 2021 e 48 até junho de 2022. 

Apesar da economia de cerca de 50% em comparação ao valor da gasolina e etanol, os motoristas devem ficar atentos quanto aos cuidados na manutenção do kit GNV e também no momento do abastecimento, por oferecer riscos à segurança do condutor. 

Para começar, o técnico Paulo dos Santos explica que o motorista que deseja converter o veículo para GNV precisa procurar um estabelecimento autorizado pelo Inmetro. Em Alagoas, existem cinco convertedoras autorizadas pelo órgão no estado, que realizam o processo de conversão e também a manutenção dos equipamentos já convertidos.  

“Órgãos que não são credenciados não estão aptos a realizar a conversão. É preciso ter cuidado ao procurar o local e o profissional certo para a instalação do GNV no seu veículo. A medida é para a segurança do usuário do veículo, mas também das outras, como os frentistas, que trabalham diariamente com esse tipo de abastecimento”, explica. 

Manter a manutenção do GNV e do veículo em dia é um fator importante para evitar problemas futuros. 

Também vale mencionar que é preciso fazer o teste hidrostático obrigatório dos cilindros a cada 5 anos. “Mantendo a manutenção em dia, o proprietário do veículo vai ter menos problemas e vai evitar que explosões como as que ocorreram sejam evitadas”, ressalta Paulo. 

O fator economia é o grande atrativo para quem decide realizar a conversão. O consultor comercial André de Lima utiliza o carro diariamente e percorre vários quilômetros em Maceió e também em viagens para o interior do estado. Para ele, a economia foi de 50%. “Eu já tive outro veículo com gás, mas troquei e por um tempo fiquei sem ter GNV. Mas, com o valor absurdo da gasolina e do etanol, não tive outra alternativa. Antes, eu gastava, por mês, uma média de R$ 1 mil. Hoje em dia é a metade disso. Foi uma economia significativa no final do mês”, expôs. 

O consultor confessa que tem receio quanto aos casos de explosão que têm sido relatados em outros estados. 

“Cabe ao Detran exigir o Certificado de Segurança Veicular (CSV) quando o veículo passa por algum procedimento. Os que possuem GNV têm que ser submetidos a inspeção em empresas autorizadas pelo Inmetro para aquisição do CSV, com validade de um ano. Além disso, a cada cinco anos os cilindros devem passar por um serviço de reteste para avaliar se estão adequados a comportar o gás. Por sua vez, a fiscalização é realizada pelos órgãos de trânsito como a SMTT e BPtrans”, explica a nota do Detran.