COM TAMANHO MENOR, PANETONE DEVE TER ALTA DE 10% NO ESTADO

O tradicional panetone deve ficar menor e mais caro no Natal deste ano. O presidente da Associação dos Panificadores do Estado de Alagoas (Apea), Clodoaldo Nascimento, explica que o preço do produto deve subir cerca de 10% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo ele, a alta se dá em razão dos insumos terem ficado mais caros e, para o preço não subir tanto, os estabelecimentos devem reduzir o tamanho. O presidente da Apea explica que os empresários estão reduzindo as margens de lucro em relação ao ano passado. “Mesmo com os aumentos das matérias-primas, insumos, mão de obra, impostos etc para que os clientes das classes com menor poder aquisitivo possam acessem os panetones novos, sem conservantes e produzidos semanalmente na padaria para o seu consumo, e também presentear”, afirma. Sobre a redução do peso do produto, ele detalha que os panetones devem sair 400 gramas para, em média, 350g a 250g. Nascimento aposta ainda que as maiores vendas estarão nos panetones de 80g a 100g. O presidente da Apea relata que a farinha de trigo, principal componente do panetone, tem alta acumulada de 50%. Outros ingredientes que aumentaram acima de 50% foram gotas de chocolate (55,81%) e frutas cristalizadas (57,08%). “Dados da consultoria Kantar mostram que, em 2021, tivemos um aumento expressivo de 21% nas vendas em volume, com mais fabricantes diminuindo o tamanho das versões, de 500 g para 400 g”, diz, à Folha de São Paulo, Cláudio Zanão, presidente da Abimapi (Associação Brasileira da Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados). A oferta de opções menores e mais em conta deve se repetir este ano, segundo Zanão. “O bolso do brasileiro não é elástico. Ele ama panetone, mas muitas vezes não consegue pagar e precisa encontrar versões mais baratas”, diz o executivo. Por conta do contexto econômico, porém, a Abimapi prevê alta de apenas 3% em volume no Natal deste ano. Em valor, o mercado de panetones deve crescer apenas 5% este ano, segundo a Abimapi, para R$ 846,3 milhões este ano. No ano passado, a venda em valor cresceu só 4%. Em valores nominais, o crescimento fica abaixo da inflação pelo IPCA.