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Nº 5759
Economia

Banco e moeda ajudam alavancar economia no Vergel do Lago

Sururote é moeda gerida pelo Banco Laguna, do Instituto Mandaver, e já tem cerca de R$ 50 mil em circulação em incontáveis mãos

Por Hebert Borges | Edição do dia 12/11/2022 - Matéria atualizada em 12/11/2022 às 04h00

No Vergel do Lago, bairro da Zona Sul de Maceió, a novidade não está na boca do povo, mas nas mãos e, também, no bolso. É o sururote, a moeda social que circula na comunidade e pretende impulsionar o comércio e a circulação de dinheiro na região que é estigmatizada como um local pobre. A moeda é gerida pelo Banco Laguna, do Instituto Mandaver e já tem cerca de R$ 50 mil em circulação em incontáveis mãos.

Lisania Pereira é presidente do Instituto Mandaver, fundadora do Banco Laguna e conta que tudo começou em 2019 foi feita uma pesquisa socioeconômica no Vergel que mostrou que o bairro é um território empobrecido. “O que significa que o Vergel produzia cerca de R$ 1,2 milhões de renda informal e esse recurso não fica no território. Por que não fica? Porque o Vergel não é bancarizado. Isso significa que todas as pessoas que acessam qualquer recurso através de instituições financeiras têm que sair do território, o que faz com que essas pessoas consumam fora do território”, contextualiza.

Ela explica então que com a moeda própria o consumo fica dentro do território, fortalecendo economicamente o bairro e fazendo a economia do território circular nas mãos daqueles que são pequenos empresários. Lisania diz que isso acelera o crescimento dos empreendedores locais e ao mesmo tempo potencializa a educação financeira das famílias, já que as moedas foram criadas a partir do perfil da comunidade.

Segundo a presidente do Mandaver, atualmente, 300 pessoas acessam a moeda de forma direta, mas de forma indireta já não há mais controle. e a previsão é de expandir.  Atualmente circulam cerca de R$ 50 mil por mês. 

Lisania Pereira conta que o sururote chega na mão do usuário por dois caminhos. O primeiro é pela linha socioambiental que é chamada de ecosururu. “Um grupo de mulheres que estão cadastradas no banco, que são marisqueiras e passaram por treinamento de economia circular, gestão de resíduos. Elas tratam a casca do sururu e nós pesamos, e tem um preço do quilo da casca. Elas recebem o pagamento em sururote”, detalhe. O sururote tem cotação de R$ 1.

A segunda forma de receber é pela linha social do banco. “Nós temos um grupo de 206 famílias que foram selecionadas, dentre elas as famílias que entraram nos novos apartamentos. É um programa em parceria do Mandaver, Gerando Falcões e  Prefeitura de Maceió, onde nós estamos fazendo repasse de 200 sururotes por mês para essas famílias com intuito de trabalhar o desenvolvimento social e econômico das famílias”, completa.

Lisânia explica que, com esses valores, tanto as famílias das marisqueiras, como as famílias do programa podem acessar diversos serviços dentro do território do Vergel, dentre eles supermercado, farmácia, lojas de roupa, conserto, barbearia e vários tipos de produtos que eles podem acessar. Os empresários que recebem o pagamento em sururote vão até o banco fazer o câmbio em real, onde ele tem uma taxação assim como se ele tivesse vendendo no cartão de crédito.


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