Pesquisa
IBGE INCLUI ATACAREJO NOS DADOS DE COMÉRCIO
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Rio de Janeiro, RJ – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou nesta terça-feira (7) atualização nas amostras e ajustes de metodologia em suas pesquisas setoriais. As mudanças entram em vigor nas próximas divulgações, referentes a janeiro, da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) Brasil e Regional, da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) e da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços). A publicação dos novos resultados está agendada para o período entre o final de março e a primeira quinzena de abril. Conforme o IBGE, a atualização já estava prevista. Trata-se de uma operação recomendada para captar mudanças econômicas, incluindo alterações no padrão de consumo de bens e serviços e evolução da tecnologia de produção. Esse tipo de procedimento é implementado ao longo dos anos pelo instituto. As séries históricas anteriores serão encadeadas com as novas para formar “séries temporais longas e consistentes”, afirmou o IBGE. No caso da PMC, uma das principais atualizações é o acréscimo das atividades de atacado especializadas em alimentos. Elas envolvem os chamados atacarejos. Até então, não eram investigadas as receitas dos supermercados classificados como comércio atacadista, e uma parte importante das vendas não era identificada, segundo o IBGE. “É uma mudança importante, porque são empresas que ganharam força durante a pandemia e, ao incluí-las na pesquisa, passamos a ter um retrato mais aprimorado da atividade de varejo e atacado de alimentos”, disse o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli. “Isso está relacionado às mudanças de consumo porque, em um ambiente de inflação e de queda da renda, as famílias passaram a consumir ou aumentar o volume de consumo nessas empresas classificadas como atacado”, acrescentou. A amostra de empresas na PMC passará de 6.157 para 5.653. A PMS, por sua vez, passará a divulgar as informações de alojamento e alimentação em duas séries diferentes –uma para alojamento e outra para alimentação. Atualmente, as duas atividades são agregadas nos cálculos. Alojamento e alimentação englobam hotéis, pousadas, bares e restaurantes, que sofreram com a chegada da pandemia e mostraram retomada com o fim das restrições da crise sanitária. A separação dos segmentos é uma das medidas que visam ampliar o detalhamento das informações pesquisadas. O IBGE também destacou que parte das atividades ganhará participação nos cálculos. Isso decorre da inclusão na amostra de empresas de serviços que passaram a ser mais consumidos nos últimos anos, como delivery, aplicativos de transporte, streaming de música e filmes e armazenamento em nuvem. A amostra da PMS terá 11.124 empresas. O número anterior era de 12.225. No caso da PIM, a amostra contará com 8.596 empresas e 12,5 mil unidades locais, frente a 6.100 e 7.800 do modelo anterior, respectivamente. Já a quantidade de produtos pesquisados passará de 944 para 1.042, sendo 789 para o Brasil e mais 253 selecionados em função da relevância regional.