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Nº 5824
Economia

Inclus�o social vai custar R$ 7,2 trilh�es ao Brasil, diz Pochmann

Mais de R$ 7 trilhões. Esse é o tamanho da conta que o Brasil precisa pagar até 2020 para atingir um padrão de inclusão social avançado - já conquistado por países de Primeiro Mundo, como o Japão e a França. Por ano, seriam R$ 450,7 bilhões. Para chegar

Por | Edição do dia 21/01/2005 - Matéria atualizada em 21/01/2005 às 00h00

Mais de R$ 7 trilhões. Esse é o tamanho da conta que o Brasil precisa pagar até 2020 para atingir um padrão de inclusão social avançado - já conquistado por países de Primeiro Mundo, como o Japão e a França. Por ano, seriam R$ 450,7 bilhões. Para chegar a esses montantes, o livro “Atlas da Exclusão Social - Agenda não liberal da inclusão social no Brasil” considera os investimentos necessários para o país aproximar-se do padrão internacional de oferta de equipamentos e serviços públicos, como ensino, saúde, previdência social e trabalho decente. Os recursos necessários - equivalentes a 27,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - seriam aplicados em oito complexos sociais selecionados: educação, saúde, habitação, cultura, informática, pobreza, trabalho decente e previdência social. O livro alerta para o fato de que se o Brasil não fizer os investimentos necessários para melhorar os indicadores de exclusão social, chegará a 2020 numa situação pior do que a atual. “Se nada for feito [em investimentos sociais], corremos o risco de repetir em 2020 uma situação de inclusão social inferior à essa que temos hoje. Ou até pior”, disse Pochmann. Segundo ele, ciclos continuados de crescimento econômico não garantem inclusão social. “O Brasil já passou por longos períodos de crescimento econômico. Mas não conseguiu melhorar a inclusão.” Pochmann diz, ainda, que as tentativas brasileiras de organização econômica “levaram à desorganização social”. “A área econômica tem uma equipe, trabalha com metas e cronogramas que muitas vezes levam à desorganização social. Na área social, em geral, há uma ausência de metas a serem atingidas.” O economista admite que a cifra a pagar para melhorar a inclusão social no Brasil é alta. “É preciso haver uma inversão de prioridades. Há um fracasso dos governos brasileiros para enfrentar os problemas sociais.” No caso do emprego, o livro considera que o Brasil precisa chegar a 2020 à situação atual do Japão em termos de oferta de ocupação decente - em remuneração e jornada de trabalho. Para chegar ao padrão japonês seria necessária a geração de 56,3 milhões de empregos até 2020. De acordo com o livro, essa meta pode ser alcançada se o PIB do Brasil crescer num ritmo de 5,4% ao ano até 2020. Caso contrário, o número de pessoas com déficit de trabalho decente - desempregados e ocupados com remuneração ou jornada irregulares - poderá saltar dos atuais 22,3 milhões de pessoas (2002) para 34,8 milhões em 2020.

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