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Nº 5822
Economia

Palocci defende Copom sobre alta da taxa de juros

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu ontem a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. Segundo ele, o Banco Central está reagindo a um mal, que é a inflação, q

Por | Edição do dia 21/01/2005 - Matéria atualizada em 21/01/2005 às 00h00

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu ontem a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. Segundo ele, o Banco Central está reagindo a um mal, que é a inflação, que pode prejudicar o processo de crescimento da economia brasileira. “Nós já assistimos a esse filme diversas vezes no país e não o assistiremos de novo. O governo está decidido a não deixar a inflação prejudicar o crescimento”, disse Palocci. “Não quero fazer previsão sobre juros, mas estou otimista. Os resultados observados mostram que houve uma evolução positiva da massa salarial, da renda média e do emprego no país “, disse o ministro. “Os resultados positivos têm sido observados. Se (o aumento dos juros) traz impaciência, eu compreendo, mas o que nós podemos oferecer é esse resultado. Mais do que o maior crescimento da História, eu não consigo”, destacou Palocci. Bovespa A Bovespa levou um tombo com especulações sobre o rumo dos juros brasileiros, um dia após o anúncio da quinta alta consecutiva pelo Copom. No mês, a Bolsa já acumula perda de 10%. Ontem, o Ibovespa (53 ações mais negociadas) fechou em forte baixa de 2,73%. Isso fez o índice cair para 23.609 pontos, o nível mais baixo desde novembro. Houve uma queda generalizada das ações. A alta do juro era esperada, mas a “surpresa negativa” foi o tom da nota do anúncio. O comunicado repetiu um trecho das notas anteriores e não citou nenhuma melhora no combate à inflação. O mercado não perdeu tempo e leu, na entrelinha, que isso significa que a temporada de alta dos juros deve continuar nos próximos meses. Na nota, o Copom menciona que o juro subiu de 17,75% para 18,75% como um “prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica iniciado na reunião de setembro”. Para o economista Alexandre Póvoa, da gestora de recursos Modal, a nota deu margem a somente uma interpretação: a de que tudo “parece extremamente igual” e que este ainda não deve ter sido o ponto final do processo de ajuste monetário. Fed Esse tipo de comportamento (usar uma frase curta para deduzir o resto da história) é usual no mercado em todo o mundo. Nos EUA, os bancos pinçam cada palavra usada pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) em seus comunicados para embasar suas previsões e guiar seus negócios no curto prazo. Na próxima quinta-feira, o Copom divulgará a ata com explicações extensas sobre sua decisão de elevar os juros. Já se discutiu no mercado brasileiro proposta de antecipar a divulgação desse documento, a fim de inibir as especulações sobre seu conteúdo. Mas esse debate não avançou.

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