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Nº 5822
Economia

Setor de vinho quer deter “estrangeiros”

O vinho nacional vai declarar guerra ao vinho argentino barato. Numa ação inédita, os produtores de vinho nacional e os importadores de vinho vão apresentar ao governo, na próxima semana, uma proposta com algumas medidas para restringir a importação de vi

Por | Edição do dia 23/01/2005 - Matéria atualizada em 23/01/2005 às 00h00

O vinho nacional vai declarar guerra ao vinho argentino barato. Numa ação inédita, os produtores de vinho nacional e os importadores de vinho vão apresentar ao governo, na próxima semana, uma proposta com algumas medidas para restringir a importação de vinhos baratos produzidos principalmente na Argentina. O documento será entregue aos ministros Luiz Fernando Furlan (De-senvolvimento), Roberto Rodrigues (Agricultura) e a Jorge Rachid, secretário da Receita Federal. O principal ponto da proposta é a de que seja cobrado um imposto fixo de importação correspondente a US$ 0,60 (cerca de R$ 1,60) por garrafa. Hoje, o imposto é de 27% por garrafa. As únicas exceções seriam a Argentina e o Chile, que teriam regras específicas. No caso da Argentina, onde, pelas regras do Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), há isenção de impostos, os produtores e importadores de vinho propõem a imposição de uma cota de, no máximo, 300 mil caixas para a compra de vinhos que custem até US$ 24 (R$ 65) sem cobrança de tarifas. Acima dessa cota para vinhos com esse valor, a proposta é de que seja cobrado um imposto de US$ 7,20 (cerca de R$ 19,4) por caixa. Vinhos com valor acima de US$ 24 seriam isentos de impostos. Competitividade O empresário Ciro Lilla, vice-presidente da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e dono da importadora Mistral, afirma que o objetivo dessa proposta é de melhorar a competitividade do vinho nacional, incentivar a importação de vinhos de alta qualidade e desestimular a importação de vinhos excessivamente baratos, que acabam prejudicando as vendas do vinho nacional. Hoje, o Brasil importa quase 60% do vinho tinto consumido internamente. Há dois anos, os vinhos importados respondiam por 50% do mercado. Segundo Ciro Lilla, foi a primeira vez que os produtores e importadores de vinho se uniram em torno de uma proposta comum. O grande problema, de acordo com Ciro Lilla, é que, este ano, ocorreu uma supersafra de uva e a tendência é que o preço do vinho caia bastante no mundo todo. Segundo ele, se não forem tomadas medidas para conter a importação de vinhos baratos, as conseqüências poderão ser muito negativas, tanto para os produtores de vinho nacional como para os importadores. Com a mudança no sistema de tributação, a proposta do setor também contempla medidas de combate ao contrabando, com o apoio de todas as entidades ligadas ao vinho.

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