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Nº 5822
Economia

Aus�ncia de investimentos impede gera��o de empregos

PATRYCIA MONTEIRO Nos últimos cinco anos, o mercado de trabalho de Alagoas produziu o maior número de vagas formais em 2003 – foram 13.290 contratações com carteira assinada. O curioso é que, naquele ano, a economia brasileira atravessou uma fase dura, c

Por | Edição do dia 23/01/2005 - Matéria atualizada em 23/01/2005 às 00h00

PATRYCIA MONTEIRO Nos últimos cinco anos, o mercado de trabalho de Alagoas produziu o maior número de vagas formais em 2003 – foram 13.290 contratações com carteira assinada. O curioso é que, naquele ano, a economia brasileira atravessou uma fase dura, com crescimento do PIB praticamente nulo, de 0,2%. E, justamente em 2004, ano em que houve uma retomada de ritmo na economia nacional, Alagoas perdeu o fôlego em relação ao país na geração de emprego, ficando abaixo tanto da média nacional como da regional. No ano passado, foram registradas 99.851 carteiras de trabalho em Alagoas. Do outro lado, 90.169 demissões foram efetuadas no mesmo período. Com isso, o saldo de empregos fechou em 9.682 postos de trabalho formais, numa variação de 4,23%. O saldo positivo entre admissões e demissões é um bom resultado. Entretanto, em número de vagas, Alagoas foi o penúltimo Estado nordestino que gerou empregos – ganhou apenas do Piauí. No Nordeste foi aberto 1,4 milhão de postos de trabalho e houve 1,2 milhão de demissões. O saldo final foi de 187 mil empregos, com variação de 5,38%. Com exceção de Alagoas, Piauí e Ceará (por uma pequena margem), todos os demais seis estados da região tiveram variação superior à média regional. Mas por que Alagoas ficou na contramão? Segundo Ricardo Coelho, delegado regional do Trabalho, o ritmo de crescimento econômico do Brasil não contagiou Alagoas na mesma intensidade que outros estados. “A ausência de novos investimentos produtivos engessou nossa capacidade de gerar empregos”, afirma Coelho. “O maior empregador no Estado, que é a indústria da transformação – composta pelas usinas de açúcar e destilarias de álcool – tende a reduzir cada vez mais o número de postos de trabalho”, analisa Coelho, mencionando que, em 2003, a agroindústria canavieira contratou 75 mil trabalhadores e em 2004 esse número caiu para 56 mil. “Se outras atividades produtivas, de outros setores, não ganharem impulso, nosso mercado de trabalho tende a ficar mais restrito”, diz o delegado regional do Trabalho. Ano passado, segundo Coelho, os setores que geraram empregos foram os de comércio e serviços – dois segmentos dominados pelas micro e pequenas empresas. O fato de as vendas do varejo alagoano terem se mantido desde março até novembro de 2004 sempre acima das médias nacionais se reverteu em contratações no Estado. Para Ricardo Coelho, uma das saídas para promover um incremento na geração de empregos no Estado poderia estar na atração de novas indústrias de segunda geração para o pólo cloroquímico, o que fecharia a cadeia produtiva do Estado, bem como o desenvolvimento da fruticultura irrigada no Baixo São Francisco, a exemplo do que fazem a Bahia, Sergipe e Pernambuco.

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