![81% dos empresários alagoanos revelaram ter queda nas vendas no mês de fevereiro 81% dos empresários alagoanos revelaram ter queda nas vendas no mês de fevereiro](/img/Artigo-Destaque/400000/ABRASEL-PEDE-MEDIDAS-DO-GOVERNO-PARA-TIRAR-SETOR-D0040142800-xs.jpg?xid=598342)
ABRASEL PEDE MEDIDAS DO GOVERNO PARA TIRAR SETOR DO VERMELHO
Em fevereiro, um em cada quatro bares ou restaurantes de Alagoas trabalhou com déficit em caixa
Por Hebert Borges | Edição do dia 05/04/2023 - Matéria atualizada em 05/04/2023 às 04h00
Um em cada quatro bares ou restaurantes de Alagoas trabalhou no vermelho durante o mês de fevereiro deste ano, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Alagoas. Para sair dessa situação, a entidade pede que sejam criadas medidas de apoio específicas para o segmento. Os números mostram que as razões para essa situação são muitas, sendo a principal delas a queda das vendas, que é apontada por 81% dos empresários alagoanos. Logo em seguida aparece o custo dos insumos, que é lembrado por 62% dos empresários e a redução no número de clientes, que é citada por 57%. Outro cenário mostrado na pesquisa é que 45% das empresas têm dívidas em atraso, um aumento de oito pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Das que têm pagamentos em atraso, 72% devem impostos federais, 44% impostos estaduais e 26% encargos trabalhistas e previdenciários. “A gente tá estudando algum pacote de socorro ao setor junto ao setor público tanto do Estado, quanto com o município e muito brevemente a gente deve tá falando com com as autoridades para fazer essa solicitação. A gente está estudando pra ver qual que seriam esses pedidos junto ao poder público”, conta Marcus Batalha, presidente da Abrasel em Alagoas. Para Batalha, a situação é preocupante, tendo em vista que o índice de empresas operando no prejuízo vem aumentando. “O cenário é desafiador, dívidas de empréstimos, impostos e encargos trabalhistas têm se somado à forte inflação que recai sobre os insumos. O resultado é uma conta difícil de fechar, requerendo do empresário habilidade na gestão para manter as portas abertas e tentar obter lucro ou pelo menos estabilizar suas contas”, explica. Em todo o Brasil, quase um terço das empresas ficou no vermelho em fevereiro, o pior índice desde maio de 2022. Outros 36% trabalharam com estabilidade e apenas 33% tiveram lucro, uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Entre os que tiveram prejuízo, a queda nas vendas é apontada como o principal motivo para o mau desempenho por 76% dos respondentes. Outros 65% citaram redução no número de clientes, 53% indicam a alta nos insumos, como alimentos e bebidas, e 45% apontam os empréstimos tomados na pandemia como um fator que prejudica o resultado. Além disso, 40% das empresas têm dívidas em atraso, um aumento de 4 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro. Das que têm pagamentos em atraso, 79% devem impostos federais, 45% impostos estaduais, 34% encargos trabalhistas e previdenciários, 29% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 29% taxas municipais, 23% devem a fornecedores de insumos e 21% estão com o aluguel atrasado. Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “tivemos uma piora do quadro em quase todos os índices medidos. Com dificuldade no desempenho, cresce também o número de empresas endividadas, com impostos atrasados e parcelas de empréstimos em aberto. Apesar disso, em vez de ajudar, recebemos sinalização de que os bares e restaurantes não podem contar com benefícios como o do Perse. É uma situação limite para muitos empreendedores e que pode causar ainda mais perdas para o setor e para o país”. “A situação é alarmante para um setor que emprega cerca de seis milhões de pessoas em todo o país. Como já alertamos, é necessário que sejam criadas medidas de apoio específicas para os bares e restaurantes, a fim de evitar que mais empresas fechem suas portas e que mais pessoas percam seus empregos. A piora no quadro é evidente, e as autoridades não podem mais fechar os olhos para o problema como vêm fazendo”, completa Solmucci.