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Nº 5886
Economia Inflação de março faz Ibovespa fechar nesta terça-feira em alta de 4,29%, a 106.213 pontos

BOLSA TEM MAIOR ALTA DIÁRIA EM SEIS MESES

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Por RENATO CARVALHO | Edição do dia 12/04/2023 - Matéria atualizada em 12/04/2023 às 04h00

São Paulo, SP – A inflação de março, abaixo do esperado pelos economistas, fez a Bolsa disparar nesta terça-feira (11). O Ibovespa teve sua maior alta diária em mais de seis meses, com os analistas enxergando uma porta para um corte de juros pelo BC (Banco Central) com os preços em desaceleração. O Ibovespa fechou em alta de 4,29%, a 106.213 pontos. É o maior avanço diário do índice desde o dia 3 de outubro de 2022, dia seguinte ao primeiro turno da eleição presidencial, segundo levantamento feito pela plataforma TradeMap. O dólar comercial à vista caiu 1,16%, a R$ 5,007. Esta é a menor cotação de fechamento para a moeda americana frente o real desde junho de 2022. Nos mercados futuros, os juros também reagiram à inflação. Nestas negociações, o mercado tenta antecipar o comportamento da Selic nos próximos anos, de acordo com o vencimento de cada contrato. Nos contratos para janeiro de 2024, a taxa passou dos 13,22% do fechamento desta segunda-feira (10) para 13,14%. No vencimento em janeiro de 2025, os juros recuaram de 11,99% para 11,78%. Para janeiro de 2027, os juros caíram de 11,98% para 11,75%. Alexandre Maluf, estrategista Macro da XP Investimentos, afirma que a surpresa positiva não veio só do índice cheio. “A média dos núcleos de inflação ficou em 0,36%, abaixo da nossa projeção de 0,44% na variação mensal”, diz Maluf. Mesmo assim, a XP mantém a projeção de que uma queda de juros pode vir somente a partir do terceiro trimestre do ano. “Mantemos as projeções de 6,2% para o IPCA de 2023 e de 5,0% para 2024. Elas partem da hipótese de aumento da meta de inflação para 4,5% para 2024, e que o BC buscará a convergência para esse índice apenas em 2025”, diz Maluf. Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, destaca a forte desaceleração na inflação de serviços, que passou de 1,4% em fevereiro para 0,25% em março. “Precisamos ver se esta é uma tendência que vai continuar. Mas pela importância do setor de serviços, este é um indicador importante de desaceleração da atividade econômica provocada pela alta dos juros”, afirma Abdelmalack.

Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, a inflação serviu para melhorar as perspectivas para os investidores. “Representa o vislumbre dos primeiros sinais que abrirão as portas para o corte da Selic em junho, se juntando ao otimismo com o andamento da proposta do novo arcabouço fiscal.” Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, acredita que mesmo com a desaceleração recente do IPCA, o cenário para os juros ainda é incerto. “É importante destacar que nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado tivemos uma deflação, algo que não deve voltar a acontecer neste ano”, afirma Pereira. André Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital, acredita que o comportamento da inflação pode ter influência no discurso do BC, nas próximas reuniões sobre juros. “Podemos ver um discurso mais leve na próxima reunião do Copom, mesmo com a manutenção da Selic no patamar atual. Isso deve aliviar as tensões entre BC e governo”, diz Fernandes.

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