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Nº 5822
Economia

Pre�o do a�o sobe mais que min�rio de ferro

O eventual impacto inflacionário em 2005 causado pelo aumento do preço do aço, um dos principais vilões da inflação no ano passado, iria refletir numa pressão de demanda e não de insumos, na opinião do diretor de Planejamento da Companhia Vale do Rio Doce

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

O eventual impacto inflacionário em 2005 causado pelo aumento do preço do aço, um dos principais vilões da inflação no ano passado, iria refletir numa pressão de demanda e não de insumos, na opinião do diretor de Planejamento da Companhia Vale do Rio Doce, Gabriel Stoliar. Ele sustenta que não há razão para repasse do reajuste que está sendo negociado para o minério de ferro, que o mercado garante ser de 90%. “Se a siderurgia transferir para o minério 10% do ganho de margem que teve nos últimos meses, já dá esse percentual”, diz Stoliar. A Vale não pretende abrir mão do reajuste substancial este ano. Stoliar lembra que em  2001, já vivendo o boom da China, o preço do minério  caiu 2,4%, devido basicamente ao mau desempenho do setor siderúrgico. “De 2002 para 2003, a siderurgia acumulou dinheiro, ganhou fôlego, havia espaço para um reajuste até maior do minério do que o que efetivamente ocorreu, de 5%. O desempenho de 2003 para 2004 foi mais espetacular ainda. Tivemos um reajuste recorde do minério de 19%, mas foi muito abaixo do que o mercado podia pagar e uma prova disso é que a demanda continuou muito mais forte do que a oferta. 2004 foi o mais brilhante ano para o aço. Se aumentarmos o preço do minério em 90% será um mero ressarcimento do que já foi ganho pela siderurgia”, diz o executivo. Reajuste De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva há duas semanas, nos últimos 10 anos - de julho de 1994 a dezembro de 2004 - o reajuste do aço variou entre 145% e 397% e ficou, na média, em 301%. Os insumos usados em sua produção aumentaram, no período, entre 354% (minério) e 668% (carvão), resultando num reajuste médio de 527%. O encontro, no último dia 14, reuniu os empresários Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau), Rinaldo Campos Soares (Usiminas/Cosipa), Luiz André Rico Vicente (Açominas/Gerdau), José Maria Montero (Aços Villares), Flávio Roberto Azevedo (Valorec Mannesman) e Marco Polo de Mello Lopes (IBS). Ao lado do presidente Lula estavam os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Antonio Palocci (Fazenda), que falou sobre o temor da pressão inflacionária que pode causar a alta contínua e expressiva dos preços do aço, principal insumo de indústrias como as de eletrodomésticos, automóveis e bens de capital.

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