Rentabilidade de exporta��es caiu
ADRIANA CHIARINI (AE) O índice de rentabilidade das exportações caiu 12,7% em 2004. O motivo principal foi a desvalorização de 12,6% do real no período em relação à cesta de moedas de 13 países com os quais o Brasil tem relações comerciais significativas
Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00
ADRIANA CHIARINI (AE) O índice de rentabilidade das exportações caiu 12,7% em 2004. O motivo principal foi a desvalorização de 12,6% do real no período em relação à cesta de moedas de 13 países com os quais o Brasil tem relações comerciais significativas, informa o Boletim de Comércio Exterior deste mês da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), divulgado na quinta-feira passada. Mesmo assim, as exportações cresceram 32% no ano que passou, totalizando US$ 96,5 bilhões, um recorde histórico. De acordo com a Funcex, o forte crescimento do comércio mundial, estimado em torno de 9% no ano passado, está provocando, desde meados do ano passado, um descolamento entre os movimentos da taxa de câmbio real e do crescimento da quantidade exportada ao longo do tempo. No entanto, a Funcex avalia que a preocupação com a evolução da taxa de câmbio e seu impacto no dinamismo exportador é procedente. Isso porque, se for revertido o descolamento do crescimento das exportações com a taxa de câmbio e o real se estabilizar no atual nível, pode-se esperar que a taxa de crescimento da quantidade exportada se reduza para cerca de 5% até o final de 2005, diz o texto, escrito pelo economista Fernando Ribeiro. Por outro lado, o aumento do volume exportado poderia ser próximo de 10% - percentual citado no texto como uma taxa razoável e igual à média entre os anos de 1999 e 2003 , desde que haja uma desvalorização da moeda brasileira para níveis um pouco acima de R$ 3 por dólar. A Funcex, que qualifica o desempenho do comércio exterior do Brasil em 2004 como excepcional, atribui a expansão das exportações principalmente ao aumento da produtividade tanto da indústria quanto da agricultura ocorrido ao longo dos anos 90, ao crescimento do comércio mundial e à elevação dos preços internacionais de commodities produzidas no Brasil, como a soja, o minério de ferro e o aço.