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Nº 5822
Economia

Lula vai discutir impostos com empres�rios

O presidente Luiz Inácio  Lula da Silva participa na semana que vem de uma reunião com um grupo de empresários e o ministro da Fazenda,  Antonio Palocci, para discutir  as mudanças tributárias provocadas pela Medida Provisória 232. A informação é do presi

Por | Edição do dia 05/02/2005 - Matéria atualizada em 05/02/2005 às 00h00

O presidente Luiz Inácio  Lula da Silva participa na semana que vem de uma reunião com um grupo de empresários e o ministro da Fazenda,  Antonio Palocci, para discutir  as mudanças tributárias provocadas pela Medida Provisória 232. A informação é do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que se reuniu com Lula e reclamou dos efeitos da MP, que elevou a base de contribuição da CSLL e do IRPJ para prestadores de serviços que declaram pelo lucro presumido. Para continuar a conversa, Skaf foi convidado por Lula para viajar ontem à tarde para São Paulo a bordo do novo avião presidencial. Na viagem, Skaf ainda reclamou dos juros altos e do câmbio baixo (desvalorização do dólar em relação ao real) e previu que essas condições levarão a um crescimento menor em 2005.“A tendência é dar uma esfriada no crescimento”, afirmou o empresário. No caso da MP 232, Skaf elogiou a disposição do presidente Lula de abrir o debate com os empresários. Na sexta-feira passada, o governo já tinha adiado de fevereiro para março a entrada em vigor de parte da MP 232 que tratava da retenção do Imposto de Renda na fonte, beneficiando setores como o agrícola e de serviços. “Gostei muito da reação do presidente. Na próxima semana, ele estará nos convocando, e ao ministro Palocci e outros empresários, para discutir essa questão da MP 232. O presidente Lula é um homem de muito bom senso, dando oportunidade de se conversar. Isso já é bastante positivo”, disse Skaf. O presidente da Fiesp não quis detalhar as críticas dos empresários à MP 232, afirmando que elas já são conhecidas. Os empresários reclamam principalmente do aumento da carga tributária para os prestadores de serviço - a segunda em menos de um ano e meio. Quando aos juros, Skaf disse que “não vai entregar os pontos” e que acredita que a política monetária conservadora não vai perdurar por todo o ano. “Juros altos e câmbio baixo é negativo. A tendência é crescer menos, é dar uma esfriada. Mas não temos que entregar os pontos. No caso dos preços, parece que o problema não são os preços livres e sim os administrados”, disse o presidente da Fiesp. Na quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, admitiu que a MP ainda pode ser alterada pelo Congresso. No entanto, ele afirmou que esse assunto está sendo negociado diretamente pelo ministro Antonio Palocci, e pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e que cabe a eles a decisão final sobre possíveis alterações. A edição da medida provisória 232, que corrige a tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física e aumenta a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para o setor de serviços, além de estabelecer o recolhimento na fonte de IR para o setor de agronegócios, foi duramente criticada pelas centrais sindicais e pela indústria por elevar a carga tributária para empresas prestadoras de serviço. O governo aproveitou o reajuste de 10% na tabela do IR para pessoas físicas, medida esperada que repercutiu positivamente, para alterar - para mais - a base de cálculo das empresas. Com a decisão, a equipe econômica de Lula passou a sofrer forte pressão para mudar pontos da MP.

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