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Nº 5824
Economia

Cr�dito e programas sociais incrementam vendas do com�rcio

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também realiza a sua Pesquisa Mensal do Comércio, na qual estuda o desempenho do varejo em todas as unidades da federação do País. Os resultados do mês de dezembro do IBGE ainda não foram divulgados

Por | Edição do dia 06/02/2005 - Matéria atualizada em 06/02/2005 às 00h00

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também realiza a sua Pesquisa Mensal do Comércio, na qual estuda o desempenho do varejo em todas as unidades da federação do País. Os resultados do mês de dezembro do IBGE ainda não foram divulgados, mas confirmaram o diagnóstico traçado pela equipe de pesquisadores da CDL – embora a abrangência e a metodologia de ambas sejam diferentes. A CDL avalia apenas o mercado de Maceió. O IBGE faz o seu levantamento em todo o Estado de Alagoas. As bases de dados são distintas. Os pesquisadores da CDL se baseiam nos dados da Secretaria da Fazenda do Estado para levantar seus números – atingindo assim apenas o mercado formal de empresas. O IBGE vai mais longe e capta informações inclusive no mercado informal, cujo grande universo os pequenos negócios de Alagoas ainda estão inseridos. Entretanto, as duas pesquisas sempre convergem nos resultados. Mas a que se deve esse bom ano do comércio alagoano que, de acordo com o IBGE, teve desempenho acima da média nacional de março a novembro de 2004? Segundo José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados de São Paulo, há um fenômeno que tem interferido no consumo brasileiro e que ainda permanece um tanto subestimado pelos analistas: o crédito consignado. Em Alagoas, de acordo com dados da Dataprev, foram emprestados R$ 29 milhões a aposentados e pensionistas em 2004, via Caixa Econômica Federal. Esse dinheiro – que corresponde a quase metade do que é gasto com a folha de pagamento do governo do Estado por mês – é emprestado e descontado em folha. Com ele, segundo Mendonça de Barros, o consumidor teve acesso a uma prestação que coube em seu orçamento e neutralizou os efeitos do aperto da política monetária do Banco Central, com um taxa de juros básica de 18,25% ao ano. Prazos “O crédito está mais farto e mais acessível. O cidadão que tem necessidade e tem um pouco mais de confiança no emprego vai e compra mesmo”, comenta Mendonça de Barros. “Esse efeito torna a política monetária muito menos eficaz. Porque o aumento de juros, quando se tem mais crédito entrando na praça em melhores condições, se traduz em uma negligencíavel queda de demanda”. Dessa forma, para controlar esse movimento de consumo, o Banco Central teria de aumentar mais ainda a Selic (taxa básica), diz o consultor. Segundo Mendonça de Barros, o prazo médio de pagamento das operações de crédito cresceu no período de um ano, atraindo cada vez mais adeptos. Em 2004, o número de operações de crédito com desconto em folha respondeu por 28,5% do estoque de crédito pessoal, somando R$ 12,4 bilhões em volume financeiro. O prazo médio das operações de crédito pessoal subiu de 7,5 meses em dezembro de 2003 para 9,1 meses em dezembro de 2004. No crédito consignado, os prazos são mais longos e chegam a ser pagos em 36 meses com uma média de juros de 35% ao ano – no crédito pessoal os juros giram em torno de 70%. Outro fator que tem tido interferência sobre a expansão de consumo no Brasil e que interfere sensivelmente no desempenho das vendas do varejo de Alagoas – que tem pouca dinâmica na economia - é o volume de recursos repassados pelo governo federal em seus programas sociais. Renda sem produção Essa renda sem produção teve sua base ampliada no ano de 2004 - aumentando de 112 mil famílias atendidas para 220 – repassando quase R$ 1,5 bilhão à população de baixa renda no ano passado. Esse montante financeiro corresponde ao R$ 1,3 bilhão repassado a beneficiários do INSS, R$ 190 milhões são relativos ao programa Bolsa-Família e R$ 18 milhões foram do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Com esse dinheiro, a população de baixa renda consome alimentos, roupas, remédios e gasta em transporte e em material de construção em estabelecimentos de consumo popular como armarinhos, mercearias, quitandas e feiras livres, por exemplo. O dinheiro circula e confere uma dinâmica até em municípios com pouca atividade econômica, incrementando sobretudo o pequeno comércio. Em um crescente, esses recursos impulsionam o consumo destes comerciantes, que vão buscando artigos de preços mais elevados até impulsionar as vendas de produtos mais sofisticados.

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