Começa nesta quarta-feira (21) para locadoras e empresas de todo o Brasil a janela para compra de carros populares com descontos dados pelo governo federal. Em Alagoas, empresários ainda estão em dúvida sobre como será o programa, mas dizem que vão aproveitar para reforçar a frota. Lusirlei Albertini é diretor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) em Alagoas e conta que, mesmo com os descontos, as locadoras não devem sair muito da programação estabelecida para compras anuais. “Uma locadora de médio porte compra cerca de 30 carros por mês. A gente vai comprar o que consegue pagar e não para o ano inteiro”, explica. Albertini conta que ainda há dúvidas acerca do programa para empresários. “A gente ainda não sabe a quantidade e valor” diz. Ele explica ainda que os impostos que foram reduzidos são usados pelos empresários como crédito tributário mais à frente, o que não vai acontecer agora. Ontem (20) completou duas semanas desde que a Medida Provisória que dá descontos aos carros populares foi publicada. O volume de recursos solicitados pelas montadoras para o programa do carro mais barato alcançou R$ 320 milhões no fim de semana e cresceu 88% em relação ao balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na última sexta-feira (16/6). Com isso, em menos de 15 dias foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação de descontos ao consumidor nessa modalidade do programa (R$ 500 milhões). O total autorizado até aqui, por montadora, é o seguinte: FCA Fiat Chrysler, R$ 130 milhões; Volks, R$ 50 milhões; Peugeot Citroen, R$ 40 milhões; Renault, R$ 30 milhões; GM e Hyundai, R$ 20 milhões cada; Honda, Nissan e Toyota, R$ 10 milhões cada. A relação de automóveis incluídos no programa não sofreu alteração: são 266 versões de 32 modelos. Os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil e são válidos para veículos novos com preços de mercado de até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo. O programa de redução de preço dos automóveis e de incentivo à renovação da frota de caminhões e ônibus foi construído pelo governo federal e trata-se de uma ação conjuntural, de curto prazo, com objetivo de atenuar a crise em um setor que responde por 20% do PIB da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa. Quando os recursos disponíveis se esgotarem (R$ 1,5 bilhão), o programa acaba.
O desconto é direto ao consumidor. São R$ 500 milhões para carros. R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus. No caso dos caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. O valor que a concessionária deixar de receber será coberto pela montadora, que reverterá o montante em crédito tributário. Para definir os descontos dos automóveis, o governo considerou três fatores: maior eficiência energética; maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno); e menor preço. Quanto maior a soma do carro desses fatores, maior o desconto.