Economia
Nova refinaria da Petrobras deve ficar no NE

O Ministério das Minas e Energia informou, no fim da tarde de ontem, que a refinaria que a Petrobras estuda construir em parceria com a estatal venezuelana PDVSA muito provavelmente deverá ser no Nordeste, mas que ainda não está definido em qual unidade da Federação. Mais cedo, porém, a ministra Dilma Rousseff disse que a nova refinaria ficaria em Pernambuco e se chamaria Abreu Lima (general pernambucano que lutou ao lado Simon Bolívar). O projeto, que vinha sendo disputado por vários estados, entre eles Rio de Janeiro e Espírito Santo, custará cerca de US$ 2 bilhões. O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse apenas que há grandes possibilidades da nova refinaria ser instalada no Nordeste. Em Pernambuco, parlamentares comemoravam e davam como certa a decisão da estatal de construir a unidade no Estado. A unidade deverá ter capacidade para processar de 150 mil a 200 mil barris de petróleo por dia. Ontem, durante a viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Venezuela, foi assinado um protocolo de intenções entre representantes da Petrobras e da PDVSA para a construção do projeto. A confusão em torno do anúncio da localização pode estar ligada ao fato de que, como a Petrobras é uma empresa de capital aberto, a informação, por ser relevante para a companhia, deveria ter sido divulgada primeiramente para a Bolsa de Valores. Os demais protocolos na área de petróleo prevêem quatro blocos de exploração e produção de petróleo, na Venezuela, em parceria com a PDVSA; estudos para uma planta de fertilizantes; intercâmbio tecnológico e transferência de tecnologia do Brasil para a produção de etanol e biodiesel. Em Caracas, também será assinado um protocolo para a construção da já anunciada fábrica de lubrificantes da Petrobras em Cuba, construída em parceria com a PDVSA e a estatal cubana Cupet. A idéia é que a produção seja destinada ao consumo interno e à exportação para os vizinhos caribenhos. O presidente da Petrobras explicou que a construção da fábrica dependerá de mudanças na legislação cubana, que exige um mínimo de 50% de participação cubana da composição societária de empresas que operam no País, enquanto a Petrobras e a PDVSA querem, cada uma, para entrar no negócio, controlar um terço da futura fábrica de lubrificantes. A parceria entre as empresas de petróleo levará para a área comercial uma parceria já desenvolvida entre Brasil, Venezuela e Cuba no campo político. Lula e Chávez são empenhados em tirar o regime de Fidel Castro do isolamento imposto pelo governo americano. Com um protocolo assinado neste domingo, se dispõem agora a oferecer tecnologia na área de petróleo para ajudar na recuperação da economia cubana. José Eduardo Dutra explicou que a fábrica, por não ser grande, exigirá investimentos de no máximo US$ 20 milhões. Segundo ele, a Petrobras já estudou o mercado cubano e concluiu que o negócio é viável. Outro protocolo, assinado ontem pelos dois governos, prevê a participação da PDVSA na construção de uma refinaria no Brasil.