Economia
Alagoas faz parte de fraude descoberta pela PF

A Polícia Federal realizou ontem, em Curitiba e Recife, a Operação Big Brother, para o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão e de cinco mandados de prisão preventiva. Cinco pessoas foram presas sob acusação de fraudar documentos para obter o pagamento de títulos da dívida pública da Eletrobrás, Petrobras e Banco do Brasil. Os gerentes eram ?intimados? a cumprir a suposta decisão oficial sob pena de desobediência. A operação foi batizada de Big Brother, numa referência às iniciais BB de Banco do Brasil, um dos órgãos federais envolvidos na tentativa de golpe, que ocorreu em sete estados - Amazonas, Pará, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Goiás e Paraná. Em apenas um dos golpes, os envolvidos desviaram cerca de R$ 600 milhões. Entre os presos estão o ex-secretário da Habitação do Paraná José Lagana e o atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Curitiba, Michel Saliba de Oliveira. Saliba ficou conhecido nacionalmente ao defender o deputado federal André Luiz (PMDB-RJ), que responde a processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por supostamente tentar extorquir o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira para não indiciá-lo na CPI da Loterj, aberta pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo a PF, há indícios de cooptação de juízes na emissão de ordens de pagamento para os títulos já caducados, alguns ainda da época do Império. Os mandados de prisão preventiva foram emitidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. A operação também prendeu na capital paranaense o técnico de informática João Marciano Odppis e o advogado Sílvio Carlos Cavagnari. O chefe da quadrilha seria o advogado pernambucano João Bosco Coutinho, preso no aeroporto de Recife, quando embarcava para Curitiba. Divididos em 15 equipes, 93 policiais procuraram documentos, minutas, petições ou decisões judiciais referentes às instituições federais lesadas pela fraude nos escritórios de advocacia dos indiciados e nas residências dos suspeitos. Somente no Paraná, a Eletrobrás descobriu ser ré em 49 ações judiciais semelhantes, todas elas com valores milionários, chegando a atingir R$ 553 milhões e R$ 237 milhões em dois dos casos registrados. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Curitiba.