BOLSA TEM FORTE ALTA E ATINGE 116 MIL PONTOS
.
Por MARCELO AZEVEDO | Edição do dia 12/09/2023 - Matéria atualizada em 12/09/2023 às 04h00
São Paulo, SP – A Bolsa brasileira registrou forte alta nesta segunda-feira (11), enquanto o dólar caiu mais de 1%, num cenário de otimismo no exterior. A divulgação de dados positivos e a adoção de novos estímulos econômicos na China, que aliviaram temores sobre a desaceleração da segunda maior economia do mundo, colaboraram para o ambiente favorável para ativos de risco globais.
No sábado (9), dados do governo chinês mostraram que a inflação do país voltou a subir em agosto, o que indica aquecimento da economia. Além disso, novos empréstimos bancários quase quadruplicaram no período e superaram as expectativas do mercado.
Com isso, o Ibovespa subiu 1,36%, terminando o dia aos 116.883, pontos, de acordo com dados preliminares. Já o dólar recuou 1,04%, cotado a R$ 4,930.
Na China, além da divulgação de dados positivos, o banco central também está aumentando o controle sobre compras de montantes elevados de dólares por empresas nacionais, em um momento no qual o iuan tem enfrentado pressão crescente de depreciação.
Na visão da equipe da mesa de renda variável da XP Inc, os sinais de melhora da economia chinesa tendem a ajudar no humor local, dando fôlego ao Ibovespa.
Os analistas também ressaltaram em nota a clientes que o mercado aguarda a divulgação do IPCA na terça-feira, que eles calculam que deve reforçar a ideia de corte de 0,50 ponto percentual na Selic e reduzir “apostas de que o Copom [Comitê de Política Monetária] possa ser mais agressivo no afrouxamento monetário nas reuniões seguintes”.
Sobre a inflação do Brasil, o boletim Focus desta segunda mostrou que analistas elevaram as previsões para o IPCA no fim deste ano. Agora, os economistas consultados pelo BC esperam que o índice termine 2023 em 4,93%, ante 4,92% no levantamento anterior.
Houve aumento de 0,01 ponto percentual também para 2024, indo de 3,88% para 3,89%. Para 2025 e 2026 a inflação é estimada em 3,50%, sem alterações.
Para o IPCA de agosto, economistas consultados pela Bloomberg preveem uma aceleração para 0,28%, ante 0,12% registrados no mês anterior.
As preocupações com a inflação também dominam a semana nos EUA. O país divulga na quarta (13) seu índice de preços ao consumidor, que deve dar mais clareza sobre os próximos passos da política monetária do país.
Apesar de uma manutenção da taxa de juros na próxima reunião do Fed já ser praticamente unanimidade no mercado, ainda há receios sobre possíveis aumentos no encontro posterior.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, analistas veem 56,5% de chance de os juros americanos ficarem em 5,50% em novembro, ante 40,8% de probabilidade de uma alta nas taxas do Fed.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, mesmo com o aumento das apostas de mais aperto monetário, o banco central americano deve manter as taxas de juros inalteradas neste ano.