“PREVISÃO AJUDA A CRIAR UM AMBIENTE FAVORÁVEL”, DIZ ECONOMISTA
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Por Carlos Nealdo | Edição do dia 23/09/2023 - Matéria atualizada em 23/09/2023 às 04h00
Segundo o economista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles, a estimativa de que a economia alagoana poderá crescer 6,9% este ano, mesmo sendo uma previsão baseada em dados ainda do primeiro semestre, com probabilidade de apresentar outro resultado quando incorporar os números do ano inteiro, é positiva porque ajuda a criar um ambiente favorável diante da expectativa de um crescimento econômico de Alagoas duas vezes maior que o nacional e três vezes maior que o da região Nordeste.
“O resultado dessa previsão é uma boa notícia por várias razões: primeira porque é a maior taxa de crescimento entre os nove estados nordestinos; segunda porque não é uma taxa de recuperação da economia, como foram as do PIB de 2021 e 2022, anos do período pós-pandemia, um comportamento esperado, uma reação depois de uma retração -4,2% do PIB, em 2020, o ano de impacto mais forte da pandemia”, lembra ele.
“Esse novo dado, portanto, é uma taxa de desempenho com outra característica, a de crescimento real, que influencia positivamente o mercado de trabalho, a renda e o consumo da população”, acrescenta.
O economista reforça que as razões desse indicador de ritmo mais forte, segundo o BNB, vêm da agropecuária, que apresenta um crescimento maior que o ano anterior. “Essa informação coincide com os bons resultados de produção de várias culturas no campo alagoano – arroz, cana-de-açúcar, feijão, soja, banana e fumo e milho –, que estão apresentando safras crescentes em função da combinação de dois fatores: melhores condições de plantio, resultado das chuvas regulares que caíram pelo sétimo ano seguido, e preços remuneradores dos produtos agrícolas nos últimos anos. “No campo alagoano, o destaque vai para o milho, que quase triplicou sua safra, amparada por uma ampliação da área plantada e aumento da produtividade”, diz.
Cícero Péricles ressalta ainda que as mesmas chuvas regulares também beneficiaram a pecuária, na medida em que garantem mais água, mais pastos, alimentos para o rebanho leiteiro alagoano, estimulando investimentos neste setor. “O gado leiteiro está concentrado nas mesorregiões do Agreste e Sertão, as áreas formadoras do semiárido alagoano, que sentem mais fortemente as variações climáticas. A produção leiteira alagoana deverá alcançar, outra vez, um volume recorde de produção, acima de 650 milhões de litros de leite”, informa.CN