
SETOR DE SERVIÇOS EM AL ACUMULA ALTA DE QUASE 7% EM 2023, DIZ IBGE
Nos últimos 12 meses, foi registrado crescimento de 8,8%, o oitavo maior do Brasil e o terceiro da região Nordeste
Por Hebert Borges | Edição do dia 18/10/2023 - Matéria atualizada em 18/10/2023 às 04h00
O setor de Serviços em Alagoas acumula alta de 6,9% este ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). A alta no Estado é a 15ª maior do Brasil e a 5ª maior do Nordeste.
No total dos últimos doze meses, o resultado aferido em Alagoas é ainda melhor, com crescimento de 8,8%, o oitavo maior do Brasil e terceiro do Nordeste. No entanto, quando analisados os resultados mais imediatos, agosto deste ano ante julho também deste ano, o Estado teve queda de 5,6%. Na comparação entre agosto de 2023 e agosto de 2022, houve alta de 0,5%.
Quando o assunto é a receita do setor, a alta no ano é de 12,4%, sendo a 7ª maior do País. Já nos últimos doze meses a alta da receita em Alagoas é de 15,3%, a quarta maior nacionalmente, atrás somente de Mato Grosso, Tocantins e Paraíba.
Em nível nacional, em agosto, o volume de serviços prestados no País recuou 0,9% frente ao mês anterior, após ter acumulado um ganho de 2,1% no período maio-julho. Esta foi a queda mais intensa desde abril de 2023, quando o setor retraiu 1,7%. Quatro das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo negativo, com destaque para o setor de transportes (-2,1%). Com esse recuo, o setor de serviços se encontra 11,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 1,9% abaixo de dezembro de 2022 (auge da série histórica).
O setor de transportes teve a maior influência no resultado e registrou taxa negativa em todos os modais: terrestres (-0,9%); aquaviário (-1,3%); aéreo (-0,3%) e armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (-5,5%).
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o resultado dos transportes foi puxado principalmente pelo recuo nas atividades de gestão de portos e terminais e de transporte rodoviário de cargas.
“A gestão de portos e terminais, que está dentro do subsetor de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio, vem apresentando perda de fôlego há algum tempo, registrando um impacto importante na pesquisa. O transporte de cargas, por sua vez, atingiu o ápice em julho de 2023, ou seja, está com uma base de comparação muito elevada”, destaca.
Lobo explica que, desde o pós-pandemia, o transporte rodoviário de cargas vinha apresentando crescimento de receita, em função, num primeiro momento, do boom do comércio eletrônico, que aumentou a demanda por frete rodoviário, e posteriormente, influenciado também pelo dinamismo da produção agrícola, que vem mostrando recordes de safra. O gerente ressalta, no entanto, que, historicamente, a produção agrícola é mais concentrada no primeiro semestre do ano. “Vamos observar como o transporte de cargas se comportará no segundo semestre com uma produção agrícola menos pujante”, declarou.
RECUO
Por tipo de uso, o volume do transporte de cargas recuou 1,2% em agosto de 2023, após ter avançado 5,7% entre maio e julho. Assim, o segmento se situa 1,2% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023).
Já o volume de transporte de passageiros cresceu 0,7% frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, recuperando, assim, parte da perda de 2,0% verificada no período junho-julho.
Já os serviços prestados às famílias recuaram 3,8% em agosto, após acumular ganho de 4,8% entre abril e julho, registrando o segundo maior impacto negativo para o índice geral.
“O setor agora devolve boa parte desse ganho, com a queda ocorrendo basicamente em restaurantes e hotéis, que são os principais componentes em termos de peso”, diz o pesquisador. Ele ressalta ainda que julho é mês de férias, quando as famílias aumentam o consumo por serviços de alimentação e hospedagem, elevando assim a base de comparação para o mês subsequente.
O setor de serviços prestados às famílias segue como o único a não superar o patamar pré-pandemia, operando 5,8% abaixo do nível de fevereiro de 2020, após ter registrado no mês de julho o menor distanciamento já observado desde então (-2,1%).
O terceiro impacto negativo mais importante veio da atividade de informação e comunicação (-0,8%), que registra a segunda queda seguida, acumulando retração de 1,0%. “Essa queda se deu em função de perdas de receita de empresas que atuam com consultoria em tecnologia da informação e também em telecomunicações”, explica.
A atividade de outros serviços registrou o quarto impacto negativo (-1,4%), influenciada por uma menor receita vindo das corretoras de títulos e valores mobiliários e também das atividades de apoio à agricultura.