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Nº 5900
Economia O rendimento médio da população ocupada no país foi de R$2.714 em 202, aponta o IBGE

57 MIL TRABALHADORES ALAGOANOS ATUARAM EM TELETRABALHO EM 2022

IBGE aponta que Alagoas foi o 7º estado com menor número de trabalhadores atuando nessa condição

Por Hebert Borges | Edição do dia 26/10/2023 - Matéria atualizada em 26/10/2023 às 04h00

No ano passado, 57 mil trabalhadores alagoanos atuaram em teletrabalho, de acordo com o módulo inédito Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado nessa quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados apontam que Alagoas foi o 7º estado com menor número de trabalhadores atuando nessa condição. São Paulo, com 2,6 milhões de trabalhadores em teletrabalho, registrou o maior número. Roraima teve o menor, com oito mil. Em todo o Brasil, 7,4 milhões de pessoas fizeram teletrabalho no ano passado.

De acordo com uma classificação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) utilizada pela pesquisa, o teletrabalho é um tipo de trabalho remoto. Nessa modalidade, o trabalho é realizado em um local alternativo, que pode ser o próprio domicílio ou outro local, com a utilização de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC), como computadores, telefones e tablets para realizar as tarefas do trabalho.

A publicação estimou em 9,5 milhões o número de pessoas que exerceram trabalho remoto no período de referência. Em Alagoas, foram 73 mil alagoanos em trabalho remoto no ano passado. Ou seja, 16 mil alagoanos estavam em trabalho remoto, mas não estavam em teletrabalho, pois não usavam equipamentos de TIC para realizar as tarefas laborais.

“Para ser considerado trabalho remoto, é preciso que o trabalho seja realizado em ambiente alternativo ao local padrão de trabalho, ou seja, em local diferente daquele em que tipicamente se esperaria que fosse executado, considerando tanto a ocupação exercida pela pessoa quanto a sua posição na ocupação. Vamos supor que uma pessoa trabalhe por conta própria, em sua casa, na produção de pães e bolos para vender. Como o próprio domicílio é o lugar de funcionamento de seu negócio, para essa pessoa, trabalhar no domicílio não é considerado trabalho remoto. Já o teletrabalho é uma subcategoria do trabalho remoto, ocorrendo quando se utilizam equipamentos TIC para realizar as tarefas do trabalho”, explica Gustavo Fontes, analista da pesquisa.

A pesquisa aponta que os trabalhadores que atuaram em teletrabalho em Alagoas no ano passado tiveram o 3º pior rendimento médio do Brasil entre esse grupo de pessoas, com R$ 4.234. Ainda assim, esse valor é mais que o dobro do rendimento de um alagoano que não realizou teletrabalho, que ficou em R$ 1.657. O Distrito Federal liderou esse ranking de rendimento com R$ 9.103 de rendimento médio.

O rendimento médio da população ocupada no país foi de R$2.714 em 2022, mas entre aqueles que realizaram pelo menos um dia de teletrabalho no período de referência, o rendimento era 2,4 vezes maior do que essa média: R$6.479. Já entre os não trabalharam desse modo, o rendimento era abaixo da média: R$2.398.

O analista da pesquisa ressalta que essa diferença não nasce necessariamente do uso do teletrabalho. “É uma correlação com o tipo de ocupação que favorece essa modalidade de trabalho, que tende a pagar salários mais altos. É o caso, por exemplo, daquelas ocupações com maiores proporções de trabalhadores realizando o teletrabalho, como os gerentes e profissionais das ciências e intelectuais”, explica Gustavo Fontes.

O rendimento médio de quem estava em teletrabalho foi maior no Centro-Oeste (R$7.255), enquanto no Nordeste foi registrado o menor: R$4.820. Em todas as regiões, a média de quem era teletrabalhador foi maior do que aqueles que não eram.

O pesquisador afirma que a pandemia de Covid-19, com a necessidade do distanciamento social, impulsionou o teletrabalho, que continua sendo utilizado pelas empresas. “Mesmo com o arrefecimento da pandemia, com o fim da situação de emergência sanitária, percebemos que muitas pessoas seguem trabalhando nessa condição, pelo menos parcialmente”, aponta.

Analisando os dados por sexo, cor ou raça, grupo etário e outros recortes, é possível perceber características das pessoas que estavam em teletrabalho em 2022. Cerca de 8,7% das mulheres ocupadas trabalharam nessa modalidade, contra 6,8% dos homens.

As pessoas brancas (11,0%) também tinham percentuais muito superiores aos das pretas (5,2%) e pardas (4,8%). O grupo etário com a menor proporção de trabalhadores nessa situação era a dos adolescentes (14 a 17 anos), com 1,2%. Já o maior percentual ficou com o grupo de 25 a 39 anos, com 9,7%, acima da média nacional.

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