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Lucro da Eletrobr�s cresce 300% em 2004

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A Eletrobrás, holding estatal de energia elétrica responsável pelo suprimento de cerca de 80% da energia elétrica do País, encerrou 2004 com lucro de R$ 1,293 bilhão, o que significa crescimento de 300% em relação a 2003. O resultado do ano passado, divulgado na última quarta-feira, poderia ser melhor. A empresa sofreu o impacto da queda do dólar em relação ao real e da decisão de fazer provisões para eventuais perdas trabalhistas e tributárias no montante de R$ 1,051 bilhão. Por ser credora de Itaipu, com contratos indexados ao dólar, a empresa perde quando a moeda americana perde força ante o real, como ocorreu em 2004. O aumento das provisões foi principalmente para a Eletronorte, além de empréstimos compulsórios realizados por grandes consumidores nas décadas de 70 e 80. Ao todo, a Eletrobrás fez provisões de R$ 2,67 bilhões por conta de eventuais perdas. Entre as subsidiárias da holding, o destaque positivo foi para a Chesf, que apresentou lucro superior ao de Furnas, tida como a jóia da coroa do sistema estatal. A Chesf atende a Região Nordeste e lucrou R$ 836 milhões, com aumento de 2,5% sobre 2003. Já Furnas registrou lucro de R$ 637 milhões, com queda 43% ante o R$ 1,119 bilhão de 2003, quando apresentou o melhor resultado da história. Os resultados de Furnas teriam sido piores se a empresa não tivesse conseguido diversificar as receitas com tarifas de transmissão. A estatal tem 18.895 quilômetros de linhas de transmissão (inclusive as redes que partem da usina de Itaipu) e faturou R$ 1,583 bilhão com a atividade, um aumento de 28,19% sobre 2003. As receitas com suprimento de energia elétrica totalizaram R$ 2,865 bilhões, com queda de 17,88% ante 2003. Furnas foi a estatal mais afetada pela decisão do governo federal de acabar com os chamados contratos iniciais para abrir espaço a novas geradoras. As receitas com transmissão já representam 32% das vendas totais de Furnas. A Eletronorte, estatal que atua na Região Norte, ampliou o prejuízo no ano passado, com perdas de R$ 1,055 bilhão, bem maiores que os R$ 292,9 milhões computados em 2003. A empresa foi afetada por uma provisão de R$ 619 milhões referente a processos de natureza cível, tributária e trabalhista. A empresa não explicou o que provocou essa provisão. As perdas da Eletronuclear, estatal que administra as duas usinas nucleares do País (Angra 1 e Angra 2), aumentaram para R$ 328 milhões, ante R$ 310 milhões em 2003. A Eletrobrás também continuou perdendo dinheiro com as distribuidoras sob sua administração e que a estatal classifica como investimentos temporários. As distribuidoras de Rondônia (Ceron), Acre (Eletroacre), Alagoas (Ceal), Piauí (Cepisa) e Amazonas (Ceam) provocaram prejuízos de R$ 130 milhões, o que é menos da metade dos R$ 289,6 milhões registrados em 2003. O balanço da Eletrobrás mostra claramente os efeitos do processo de descontratação sobre Furnas, com a estatal sendo substituída por geradoras do setor privado no suprimento às maiores distribuidoras. A Eletropaulo, por exemplo, reduziu as compras de energia em 32% de Furnas, passando a comprar da AES Tietê, do mesmo grupo. A Light reduziu a compra também em 32%, com a distribuidora fluminense passando a ser atendida pela térmica Norte Fluminense, também controlada pela estatal francesa EDF. A CPFL reduziu as suas compras de Furnas em 34% no ano passado, em boa parte substituída por compras junto à Petrobras. As outras grandes distribuidoras clientes de Furnas que reduziram as compras foram a Cerj (do grupo Endesa), com queda de 25%, e Escelsa, com queda de 33%.

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