Economia
Mudan�a na rastreabilidade bovina

O Ministério da Agricultura está discutindo com o setor privado um novo modelo de rastreabilidade que poderá substituir o atual Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). O objetivo é assegurar maior transparência e segurança ao processo. O sistema atual (Sisbov), apesar dos ajustes que vem sofrendo, ainda gera insegurança em relação às exigências do mercado externo, principalmente o europeu, afirmou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo da pasta, Márcio Portocarrero. De acordo com informações da assessoria de imprensa do ministério, o Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, com 195 milhões de cabeças. O banco nacional de dados do Sisbov conta atualmente com cerca de 45 milhões de animais inseridos e cerca de 108 mil propriedades cadastradas. O modelo atual não nos permite fazer uma auditoria de todo o processo devido às dimensões do rebanho acrescentou o secretário. A proposta da pasta foi apresentada na última quinta-feira aos representantes da cadeia produtiva de carnes. Uma sugestão é para adesão voluntária quando a carne for destinada ao mercado interno. A adesão ao novo sistema será obrigatória para exportação, mas de acordo com as exigências do mercado importador e não mais a partir de uma regra única. O código de identificação que hoje é unificado passaria a ser alternativo e o banco de dados seria centralizado nas Agências Estaduais de Defesa Agropecuária. Além disso, a aquisição do objeto de identificação, que atualmente é feito via certificadoras, seria feita diretamente pelo criador. A proposta do Ministério da Agricultura para o sistema de rastreabilidade de bovinos prevê que o controle de estoque de animais passaria a ser feito pelas unidades locais de Saúde Animal, na emissão da Guia de Transportes de Animais (GTA) ao invés das certificadoras credenciadas pelo governo. Organismos de avaliação credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) atuariam no processo, em substituição às certificadoras. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, o maior desafio do governo é criar um modelo de rastreabilidade que atenda as expectativas do mercado, que cada vez mais demanda produtos certificados e com garantia de qualidade e origem, e ao mesmo tempo seja adequado às estruturas e às necessidades do pecuarista. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o secretário informou que a receptividade do setor privado à nova proposta foi positiva. Foi uma surpresa. A expectativa do setor foi atendida em parte e até a próxima semana todas as entidades poderão contribuir com outras sugestões, comentou.