Economia
Ind�stria quer prote��o contra China

ADRIANA FERNANDES Agência Estado Dirigentes empresariais da indústria cobraram do governo a adoção de medidas de salvaguardas e antidumping contra as importações de produtos chineses, principalmente têxteis. Os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, tiveram que ouvir por uma hora reclamações dos empresários contra o que eles classificam de invasão da China no Brasil. O encontro com os ministros aconteceu após a reunião extraordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. O presidente da Confederação da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que o Brasil precisa se armar contra os chineses. A China tem condições que desequilibram o processo de concorrência: tem um câmbio desvalorizado, ao contrário do Brasil, e não tem encargos sobre mão-de-obra, disse Monteiro Neto. Confiante no resultado da reunião, ele espera para breve a regulamentação da aplicação de salvaguardas contra os produtos chineses e a adoção de medidas antidumping. O ministro Furlan está examinando o problema, que passou a ser compreendido também pelo ministro Palocci. Tenho certeza que serão tomadas medidas de forma ágil antes que a situação se agrave, afirmou. Concorrência Para Monteiro Neto, o Brasil não pode ficar desarmado esperando compensações e investimentos chineses ao preço do desmonte de setores da indústria brasileira que estão ameaçados, numa crítica à decisão do Brasil de conceder status de economia de mercado à China. A relação com China ganhou uma conotação mais política com o reconhecimento do status de economia de mercado, mas agora, quando conhecemos a situação, e sobretudo o seu reflexo na indústria, (isso) reclama uma ação efetiva do governo, cobrou. Na sua avaliação, a preocupação da indústria com incremento das importações dos produtos chineses preocupa porque a China tem condições econômicas que desequilibram o processo de concorrência. Segundo ele, as importações da China de produtos manufaturados estão crescendo de maneira exponencial e ameaçando setores que são competitivos, como o têxtil.