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Nº 5759
Economia

Brasil vira centro mundial da falsifica��o, avalia Kroll

O Brasil deixou de ser apenas distribuidor de produtos pirateados e contrabandeados para se transformar em uma das grandes indústrias mundiais da falsificação, de acordo com executivos da Kroll, empresa internacional de gerenciamento de riscos e uma das p

Por | Edição do dia 04/05/2002 - Matéria atualizada em 04/05/2002 às 00h00

O Brasil deixou de ser apenas distribuidor de produtos pirateados e contrabandeados para se transformar em uma das grandes indústrias mundiais da falsificação, de acordo com executivos da Kroll, empresa internacional de gerenciamento de riscos e uma das principais responsáveis por investigações mundiais de abuso e roubo de propriedade intelectual. Para executivos da Kroll, esta mudança no paradigma da indústria de falsificação no Brasil é resultado de uma união explosiva entre a crescente economia informal e as organizações criminosas que atingiram altos índices de refinamento no País. “Há cinco anos, o Brasil era apenas um grande distribuidor de produtos falsificados, fabricados principalmente na China e que chegavam aqui como contrabando. Mas o crime organizado passou a controlar a rede de distribuição e, com isso criou os mecanismos para produzir as falsificações dentro do próprio País”, avaliou o diretor internacional da empresa, Jules Kroll. Jules chegou quarta-feira, ao Brasil para divulgar os resultados de um pesquisa mundial sobre roubo de propriedade intelectual. A pesquisa foi realizada pela Kroll com 148 altos executivos que atuam em grandes companhias espalhadas em 49 países. “A propriedade intelectual, consubstanciada principalmente nas patentes, marcas registradas, copyright e segredos industriais, está no epicentro dos negócios modernos e permeia tudo: desde alta tecnologia até os produtos farmacêuticos e a música”, define o executivo. De acordo com Jules, o roubo de propriedade intelectual está difundido no mundo todo e as pesquisas indicam que ele deverá crescer muito nos próximos cinco anos. “No Brasil, setores produtivos começaram a acordar há pouco para o impacto que este crime provoca nas empresas lesadas e no conjunto da economia do País”, diz Eduardo de Freitas Gomide, diretor da Kroll no Brasil. Gomide, ao lado do diretor da Kroll no Rio de Janeiro, Vander Giordano, atuou nas investigações recentes contra falsificações de CDs e contra máfias de adulteração de combustíveis que atuam em vários Estados. “As empresas fonográficas estão literalmente quebrando e as máfias da adulteração já provocaram prejuízos gigantescos ao mercado de combustíveis”, afirma. Giordano afirma que é impossível enumerar todos os setores afetados hoje no Brasil pelo roubo de propriedade intelectual. “As quadrilhas falsificam quase tudo: bebidas, perfumes, água mineral, tênis, sapatos, roupas de marca, materiais escolares, softwares, equipamentos, remédios e assim por diante”, afirma.

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