Economia
Safra pode cair 20 milh�es de toneladas em 2005

FOLHA ONLINE As perdas de produção na safra de grãos deste ano já beiram os 20 milhões de toneladas. Essas perdas podem se aprofundar ainda mais se as condições climáticas não forem favoráveis na safra de inverno, que ainda está se desenvolvendo. Milho e trigo são os dois principais produtos do inverno. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que os dados disponíveis atualmente já indicam recuo da safra 2004/5 para 112,4 milhões de toneladas. Em dezembro passado, as previsões iniciais indicavam safra recorde de 132 milhões de toneladas. Esse é o segundo ano em que as previsões da safra não se confirmam, e a produção fica bem abaixo do esperado. Na safra 2003/4, as estimativas também eram de produção próxima de 132 milhões de toneladas, mas o número final da Conab indicou apenas 119,1 milhões de toneladas. Neste ano, dois produtos são responsáveis por essa quebra de safra: soja e milho, ambos afetados pela forte seca que ocorreu no Sul e no Sudeste. No caso da soja, pela segunda vez a previsão de safra superior a 60 milhões de toneladas não se confirma. A produção deste ano ficará em 50,2 milhões de toneladas, volume bem próximo dos 49,8 milhões de 2004. Já a produção de milho terá quebra de 8,4 milhões de toneladas em relação às estimativas iniciais, recuando para 34,8 milhões de toneladas. Esse volume é 17% inferior aos 42,1 milhões de toneladas do ano passado. Entre os produtos que tiveram aumento na produção está o arroz. Segundo a Conab, a safra deste ano deverá atingir 13,3 milhões de toneladas, 3,6% mais do que a anterior. Devido ao volume produzido neste ano e às importações do Mercosul, os preços do arroz caíram 35% nos últimos 12 meses no mercado interno. Dois outros produtos tiveram forte aumento na produção neste ano: amendoim e mamona. No primeiro caso, a safra sobe 39%. Já a de mamona quase dobra, pois deve crescer 90%. Rio Grande do Sul O último levantamento elaborado pela Emater para a safra de milho no período 2004/05, divulgado na sexta, reduziu a previsão de colheita no Rio Grande do Sul para 1,609 milhão de toneladas, ante as 2,029 milhões de toneladas projetadas no começo de março. A entidade explicou que as áreas semeadas em novembro ou fora da época recomendada foram castigadas pela estiagem.