Economia
Petrobras poder� ser investigada

REUTERS O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse que a entidade irá discutir o desequilíbrio de preços dos combustíveis nos mercados internacional e nacional, que vem obrigando as duas companhias a reduzirem sua produção. Dominante no mercado, a Petrobras dita o preço e desde novembro do ano passado não reajusta a gasolina nem o diesel. Lima explicou que a ANP não tem poder para interferir na questão, mas poderá fiscalizar se a Petrobras estaria infringindo a Lei de Concorrência praticando preços internos abaixo do preço de importação, se for solicitada. Ele afirmou que o preço da gasolina praticado pela Petrobras é político, e que o próprio presidente Lula teria impedido uma possível elevação no mercado interno. Participei de uma conversa meses atrás com o presidente e foi muito sintomática a reação dele. Alguém comentou que não dava para comprar petróleo lá fora a esse preço, refinar e vender a gasolina com preço lá embaixo...Lula bateu na mesa e suspendeu a conversa, afirmou Lima. Segundo ele, o presidente argumentou que a população não teria como pagar. Fico achando que há hoje um componente político no preço dos combustíveis, concluiu Lima. O diretor informou também que na próxima semana encaminha ao Ministério de Minas e Energia informações para servirem de subsídios na elaboração da Lei do Gás, mas não entrou em detalhes. O projeto não vai ser votado agora por causa da crise política, mas vai ser importante sinalização para o mercado, afirmou, ressaltando que mesmo com todas as notícias negativas envolvendo membros do governo confia que a sétima rodada de petróleo,prevista para outubro, será bem sucedida. ROYALTY Lima afirmou ainda que a autarquia vai reduzir de 10 para 5% o pagamento de royalties sobre a produção de petróleo de pequenos investidores que participem da sétima rodada de licitações. O objetivo é atrair mais interessados. Está acertado que o royalty normal da Lei (do Petróleo), será de 5% porque a Lei diz que a ANP pode reduzir em circustâncias especiais, afirmou. Ele defendeu também que a Petrobras compre a produção desses pequenos investidores para estimular o segmento. A ANP vai oferecer pela primeira vez em uma rodada de licitação campos já em produção, conhecidos como maduros. Ao todo serão 17 campos (11 na Bahia e 6 em Sergipe) que foram devolvidos pela Petrobras por falta de rentabilidade do negócio para a empresa. Nós estamos fazendo uma indicação e estamos discutindo com a própria Petrobras para que compre dos pequenos produtores, tomando como referência o preço internacional, disse Lima, ressaltando que a estatal teria direito de descontar os custos de logística no preço.