Economia
Reajuste da gasolina eleva em 63% faturamento da Petrobras

Rio O faturamento da Petrobras com a venda de gasolina cresceu 63% desde o início do ano. Segundo levantamento divulgado ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço do litro da gasolina nas refinarias, sem impostos, subiu dos R$ 0,3113 registrados na primeira semana de janeiro para R$ 0,5078 há duas semanas. Com impostos, a preço de venda do combustível para as distribuidoras, subiu 24,18% desde janeiro, praticamente anulando a redução de 25% promovida pela Petrobras na virada do ano. Segundo a ANP, as distribuidoras compraram gasolina a R$ 1,0089 por litro na penúltima semana de março. No início do ano, após a redução de 25%, o preço do litro com impostos estava em R$ 0,8124. A diferença entre os preços de faturamento da Petrobras e o de venda às distribuidoras é a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), imposto federal sobre os combustíveis. A alíquota da Cide na gasolina é de R$ 0,5011 por litro, o que dilui os reajustes promovidos pela Petrobras em seus preços de faturamento. A ANP passou a divulgar, a partir de hoje, os preços cobrados pelos produtores brasileiros de gasolina - Petrobras, as refinarias de Manguinhos e Ipiranga e as centrais petroquímicas - a exemplo do que vem fazendo com os preços das distribuidoras e dos postos. Segundo a agência, a medida tem o objetivo de contribuir para a transparência das práticas comerciais e para o bom funcionamento do mercado. Não há, porém, uma discriminação entre os produtores. A pesquisa divulga apenas os preços médios regionais. No caso do diesel, houve um aumento de 20,53% no preço de faturamento da Petrobras e de 14,63% no preço de venda às refinarias desde o início do ano. Na penúltima semana de abril, a estatal vendeu o combustível por R$ 0,625 por litro e faturou R$ 0,4672 deste total. A alíquota da Cide no diesel é de R$ 0,1578 por litro. Nenhum diretor da agência quis comentar a pesquisa. Antes de saber do resultado do levantamento, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério Manso, afirmou que a variação do preço da gasolina no mercado internacional nas últimas semanas ficou dentro da banda estipulada pela Petrobras e, por isso, a estatal não promoveu nenhum reajuste no preço interno.