Economia
Crise pol�tica vai diminuir crescimento

| EFE A demora na aprovação de reformas estruturais e a crise política podem diminuir o ritmo de crescimento da economia brasileira, que já estava comprometido por causa das altas taxas de juros, afirmaram especialistas. A economia brasileira vinha com uma tendência de desaceleração devido aos altos juros que pode ser acentuada no segundo semestre em razão da situação política, disse o economista-chefe para América Latina do banco HSBC em Nova York, Paulo Vieira da Cunha. O especialista assinalou que o panorama do País é complicado, apesar de o mercado financeiro ir muito bem e ter resistido à crise política causada pelo escândalo de corrupção envolvendo o PT. A presidente para o Brasil da agência de classificação de risco Standard & Poor´s, Regina Nunes, disse, por sua vez, que, em decorrência da crise política, o país está perdendo seu melhor momento para consolidar seu crescimento e reduzir as desigualdades sociais. Ela assinalou que a expectativa de que o Brasil avançasse em reformas como a tributária e a trabalhista para reduzir sua vulnerabilidade às crises internas e externas não se concretizou, e destacou que para qualquer país a incompetência é tão prejudicial quanto a corrupção. Segundo Vieira da Cunha, o otimismo do mercado financeiro se baseia na confiança dos investidores na política econômica do País, na conjuntura internacional favorável e na valorização do real em relação ao dólar, que melhorou o perfil da dívida brasileira. Apesar do entusiasmo do mercado financeiro, que parece não se intimidar com a crise, a economia brasileira, que no ano passado cresceu 4,9%, este ano terá uma expansão próxima de 2%. Apesar da euforia com o resultado do ano passado, o momento atual deve ser de cautela, reflexão e muita ação para sustentar o desempenho de 2004, disse o coordenador do setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Carlos Guimarães.