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BNDES tem lucro recorde no semestre

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| Janaína Lage Folhapress Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro recorde de R$ 1,831 bilhão no primeiro semestre. O resultado supera o desempenho de igual período do ano passado em 30% e é também superior ao lucro de 2004, de R$ 1,498 bilhão. A principal contribuição para o desempenho veio da carteira de renda variável do banco, com R$ 716 milhões, descontados os impostos. Um resultado obtido graças a receitas de dividendos, juros sobre capital próprio e equivalência patrimonial da carteira de ações, com destaque para os papéis de Petrobras, Vale do Rio Doce e Copel. Guido Mantega destacou que o lucro proveniente da renda variável é resultado de ações realizadas no passado de aposta no crescimento das principais empresas do País. O presidente do banco destacou que o desempenho favorável da carteira de renda variável permitiu que o BNDES apresentasse lucro recorde mesmo com as menores taxas de juros e spreads - diferença entre custo de captação dos bancos e as taxas cobradas aos clientes - do mercado. A renda fixa teve um resultado operacional de R$ 611 milhões, acrescidos o efeito de variação cambial positiva de R$ 68 milhões e a reversão de provisão para risco de crédito de R$ 200 milhões. O banco recebeu também um prêmio de debêntures de R$ 113 milhões e fez provisões de R$ 344 milhões para contingências relacionadas a processos judiciais, em sua maioria relacionados a operações de crédito. O presidente do banco, Guido Mantega, prevê que os desembolsos cresçam mais do que 25% neste ano. Em 2004, o BNDES emprestou R$ 40 bilhões. O orçamento para este ano, no entanto, previa uma meta de desembolsos audaciosa, com crescimento de 50%, para que o orçamento de R$ 60 bilhões fosse gasto integralmente. Com o crescimento da economia mais moderado do que o previsto no fim do ano passado, Mantega afirmou que ?o orçamento é o limite?. Ele destacou que o banco não tem problemas de oferta de recursos e que se não cumprir o orçamento integralmente será por falta de demanda. ?O importante para o banco é alavancar o nível de crescimento do País?, disse. ### Índice de inadimplência ficou em 0,57% Apesar do BNDES apostar num cenário de maior crescimento da economia e conseqüentemente dos investimentos no segundo semestre, dificilmente conseguirá emprestar integralmente os recursos colocados à disposição do empresariado. Nos primeiros sete meses do ano foram emprestados R$ 24,5 bilhões, um valor recorde para este intervalo. Segundo o presidente Guido Mantega, caso a demanda da agricultura não tivesse sido afetada por problemas climáticos, o banco já poderia ter emprestado de R$ 28 bilhões a R$ 30 bilhões neste período. Mantega descartou o impacto da crise política sobre a demanda por empréstimos no segundo semestre. ?Essa crise já chegou no seu ápice e já está em fase descendente. O pior já passou?, disse. Segundo ele, os empresários mantêm o foco sobre as variáveis câmbio e juros. O presidente classificou a manutenção da taxa em 19,75% como ?uma surpresa?. ?Mesmo que os juros não tenham caído nesta última semana, o que para mim foi uma surpresa, há uma expectativa de que eles cairão. Com a queda dos juros, o câmbio tende a ficar mais favorável?, disse. A carteira de crédito do BNDES foi outro fator a influenciar positivamente o desempenho do banco no semestre. Sem nenhuma perda significativa em suas operações, o índice de inadimplência ficou em 0,57% da carteira total. Entre os devedores, o mais conhecido é o banco Santos. Nos seis primeiros meses do ano passado ele chegava a 0,91%. No sistema financeiro nacional o índice de inadimplência é da ordem de 5,7%. A nota de avaliação de risco da carteira de crédito do banco também teve melhora significativa. Em junho deste ano, 29,4% da carteira tinha classificação AA. Em dezembro do ano passado, a melhor avaliação representava 27,6% da carteira. O patrimônio líquido do banco chegou a R$ 15,065 bilhões. Mantega afirmou que gostaria que o lucro do ano fosse incorporado ao patrimônio do banco para obter uma folga maior de empréstimos. O lucro de 2004, no entanto, foi transformado em dividendos e repassado para a União para fazer parte do superávit. ?Tenho esperança de que conseguiremos incorporar?, disse. ### Fundos de investimento terão R$ 260 mi O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou na última semana o Programa de Participação em Fundos de Investimento, que contará com R$ 260 milhões para serem aplicados ao longo do desenvolvimento dos fundos. O objetivo é alavancar investimentos privados da ordem de R$ 1 bilhão. Em nota, o BNDES afirma que vai priorizar os fundos voltados para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas emergentes, que trabalhem com inovações. Até o final do próximo ano, o banco pretende estimular a formação de sete fundos destinados a empresas emergentes e dois fundos para empresas de maior porte, os chamados fundos de participação (private equity). A participação do banco por meio do BNDESPar nos sete primeiros será de até 30% do patrimônio comprometido, limitada a R$ 20 milhões por fundo. Nos dois últimos, a participação será de até 20% do patrimônio comprometido, limitada a R$ 60 milhões por fundo. Na prática serão destinados R$ 140 milhões para os fundos de empresas emergentes e R$ 120 milhões para os fundos de private equity. O banco vai selecionar os gestores de acordo com critérios de alinhamento da proposta com as prioridades de atuação do banco, experiência da equipe com capital de risco e conhecimento em relação aos setores a serem investidos. Além disso serão avaliados também a apresentação dos negócios, a capacidade do gestor em trazer novos investidores, a existência de um comitê de investimento e a remuneração do gestor compatível com o tipo e tamanho do fundo. Nos últimos dez anos, o banco aprovou 18 fundos com participação ativa do BNDES em sua constituição. Cinco fundos (dois de private equity e três de fundos de liquidez) já trouxeram bons resultados. Segundo o banco, os demais são iniciativas que podem apresentar retorno no longo prazo. ### Investidor usa cada vez mais a Internet Um estudo inédito divulgado n semana passada mostra que os investidores e os gestores financeiros já usam mais a Internet do que revistas especializadas para buscar informações sobre investimentos. Uma das principais conclusões do estudo ?Site Fácil - Melhores Práticas para Relações com Investidores?, realizado pelo Ibope Inteligência, é de que as empresas com ações listadas em bolsa precisam melhorar seus sites de relacionamento com o mercado, diante do crescente uso da Internet entre os investidores e o elevado número de usuários residenciais que utilizam a rede para obter informações financeiras. O estudo foi realizado com dados de diversas empresas do Grupo Ibope e análise dos sites das 20 maiores companhias em volume de negócios listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O coordenador de análise do Ibope Inteligência, Alexandre Umberti, destaca que uma pesquisa feita para a Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) mostrou a relevância da Internet para os investidores brasileiros. ?Cerca de 15% das pessoas físicas que realizam investimentos mencionaram a internet como uma das principais fontes de informação sobre o assunto. Entre os executivos responsáveis pelos investimentos das empresas, o uso é ainda mais alto,atingindo 21%, superior inclusive ao das revistas de economia e finanças, com 18%?. Segundo dados da Bovespa, o volume de transações realizadas pelo Home-Broker (sistema de compra e venda de ações pela web) já equivale a 5% do total negociado. Dados do Target Group Index, do grupo Ibope, mostram que nos últimos cinco anos o número de investidores em ações que utilizam a web com freqüência saltou de 32% para 71%. Umeerti, do Ibope Inteligência, destaca as áreas de Relações com Investidores dos sites de Petrobras, Bradesco e Embratel como aqueles que apresentam maior conformidade com os princípios básicos de design e conteúdo para esta modalidade de uso da Internet. ?Analisamos 35 características fundamentais para a usabilidade da área de Relações com Investidores, englobando as categorias acesso, links, design, ferramentas específicas para Relaçõescom Investidores e estruturação do conteúdo. Mesmo os sites que apresentam as melhores práticas possuem alguns problemas básicos, como presença de banners desnecessários, imagens pesadas e páginas desnecessariamente extensas?, diz Umberti. De acordo com o Ibope NetRatings, 4,5 milhões de brasileiros visitaram sites de bancos, empresas de cartão de crédito e informações financeiras em junho.

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