Economia
AL registra saldo negativo de empregos

| PATRYCIA MONTEIRO Editora de Economia Contrariando a tendência cíclica de contratações no segundo semestre, Alagoas registrou saldo negativo entre admissões e demissões no mercado de trabalho formal em agosto. É o que informa o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Mês passado, 6.035 trabalhadores tiveram suas carteiras assinadas, enquanto 6.139 deles foram desligados de seus empregos, totalizando um resultado negativo formado por 104 profissionais excluídos do mercado. O dado surpreende porque normalmente em agosto é quando o número de contratações no Estado começam a superar significativamente o número de demissões. Só para se ter uma idéia, ano passado, no mesmo mês, 9.947 trabalhadores foram admitidos pelo mercado formal de trabalho e 4.839 foram demitidos. No total, ainda restou um saldo positivo de cerca de 5 mil trabalhadores empregados. Ver tabela Normalmente, a cada ano, de janeiro a abril, o número de demitidos é sempre maior do que o de admitidos no mercado alagoano. O período de contratações sempre recomeça no mês de maio, mas com saldos positivos tímidos que vão até o mês de julho. Em agosto, a margem positiva entre admitidos e demitidos se torna maior até atingir seu ápice no mês de setembro. Essa curva ascendente se repete sempre nessa fase do ano porque o setor sucroalcooleiro e o trade turístico reiniciam suas contratações em função do começo da safra de cana-de-açúcar e da alta temporada turística que acontecem no mesmo período. Entretanto, apesar de a moagem de cana ter sido iniciada pelo setor sucroalcooleiro, no mês de agosto a Indústria da Transformação segmento do qual faz parte as usinas e destilarias mais demitiu do que contratou no Estado. Foram cerca de 1,5 mil admissões contra 1,9 demissões. Em agosto, os setores que mais contrataram em Alagoas foram a construção civil, com 1,1 admissão e 825 desligamentos, e o de Serviços, com cerca de 1,5 mil contratações e 1,2 mil demissões. Os hotéis e os restaurantes se encaixam neste último segmento. Brasil Vale ressaltar que, no Brasil, foram criadas 135 mil postos de trabalho no mercado formal. Ou seja, além de não seguir a própria tendência de geração de empregos, Alagoas está na contramão nacional. Dessa forma, o Estado é o único a manter saldo negativo entre admitidos e demitidos no País. De janeiro até agosto, Alagoas registrou 42 mil contratações contra 72 mil desligamentos. No total, cerca de 30 mil trabalhadores ficaram de fora do mercado situação essa não observada em nenhum Estado brasileiro.