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Consumidor lamenta fim da Boa Sorte

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| PATRYCIA MONTEIRO Editora de Economia Consumidores, revendedores e alagoanos em geral receberam com tristeza a notícia da extinção dos produtos da marca de laticínios Fazenda Boa Sorte publicada na edição de domingo da Gazeta. A fábrica, localizada no município de Viçosa, somava oito anos de existência no mercado fabricando e comercializando leite tipo “A” e uma linha de coalhadas. A empresa, ao contrário do que foi informado na última matéria, não fazia parte do Grupo Seresta, da família Vilela. A área de lácteos da Fazenda Boa Sorte era um projeto autônomo do empresário José Aprígio Vilela e de sua mulher, Themis Vilela. O anúncio do encerramento da produção da Boa Sorte pegou muitos consumidores de surpresa. Mas, alguns comerciantes já sabiam da iminência do fim, tendo em vista que uma série de freezeres já estava sendo recolhida de alguns pontos-de-venda. Um deles é o empresário Lourenço Américo Souto Maior, dono da Padaria Sete Coqueiros, situada no bairro da Pajuçara (Maceió). Ontem, um freezer cedido pelo próprio José Aprígio Vilela, falecido há dois meses, foi retirado de seu estabelecimento. “O fim da empresa foi a notícia mais triste deste ano”, diz enfaticamente. “Os produtos da Fazenda Boa Sorte ‘puxavam’ as vendas da minha padaria. Quando a linha de produtos da marca aumentou, com o lançamento da coalhada com frutas Nude, minhas vendas também cresceram. Os produtos me davam sorte”, conta. Segundo a economista Alexandra Gouveia, professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que estudou a bacia leiteira alagoana, o fim da Boa Sorte não terá um impacto negativo na economia do Estado, considerando o porte da empresa. “É difícil mensurar. A saída dela do mercado vai fechar alguns postos de trabalho, vai possivelmente abrir mercado para outras empresas concorrentes, mas quem mais vai sentir falta dos produtos, de fato, é o consumidor. As marcas Boa Sorte e Nude tinham muito prestígio e credibilidade no mercado. Elas eram sinônimo de produtos naturais e de qualidade elevada”, analisa. “A princípio, esses produtos nem têm substitutos no mercado – no Nordeste não há outro produtor de leite tipo “A”. O que vai acontecer é que muitos vão passar a consumir os leites longa vida”, completa. Encontrar novos fornecedores que substituam a linha de produtos Boa Sorte vai ser um desafio, diz o diretor de marketing do Palato, Marcelo Martins, um supermercado voltado para o público classe média alta do bairro da Ponta Verde. “Aqui os produtos tinham excelente aceitação. Ainda não temos em mente quais marcas cairão no gosto da clientela cativa da Boa Sorte, mas lamentamos pelo fim de um empresa com uma presença tão forte no mercado”, diz. A consumidora Walane de Mello Ivo, engenheira agrônoma da Embrapa se diz muito triste. Segundo ela, a fonte de cálcio preferida de sua filha de seis anos são as coalhadas Boa Sorte. “O leite ainda pode ser substituído pelo orgânico da Fazenda Timbaúba, mas as coalhadas não têm substituta”, diz. “Esse fim de semana, ao se deparar com o produtos da Boa Sorte no supermercado minha filha disse: – Mãe, ainda tem coalhadinhas! Vamos comprar muitas para fazer uma festa de despedida?”

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